quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Retrospectiva
Vamos comemorar o fim de mais uma volta da Terra em torno do Sol com uma retrospectiva dos fatos marcantes de 2010!
Estudemos esse glorioso ano por categorias:
Esportes:
Nesse ano que se passou, ocorreu um dos eventos mais esperados pelo povo brasileiro: A Copa do Mundo!
Nessa copa, o principal ganhador foi, com certeza, a vuvuzela, que com seu doce som conseguiu irritar bilhões de pessoas no planeta inteiro.
Quanto ao time que ganhou, posso dizer genuinamente que não lembro qual foi. Mas posso dizer que lamentei profundamente o fato de que a África do Sul perdeu.
Eu adoraria ver a cara do mundo se a África do Sul ganhasse.
Política:
Nesse ano, tivemos tambem outro evento marcante para o povo brasileiro: as eleições presidenciais. Esse, porém, é um que os brasileiros odeiam, porque com as eleições, vêm o horário político, e com o horário político vêm o atraso da novela.
Entre os acontecimentos marcantes dessas eleições, tivemos a eleição de um analfabeto, a disputa entre os dois candidatos à presidente mais feios da história, e uma profusão de escândalos aleatórios.
Dessa vez eu posso dizer que sei quem venceu. Posso dizer tambem que lamentei profundamente a derrota do Eymael.
Mas não se desespere, Eymael! Um dia o Brasil ainda abraçara a democracia cristã!
Tecnologia:
O mundo da tecnologia foi novamente abalado pelo novo messias, Steve Jobs. Dessa vez ele deixou o mundo boquiaberto com sua mais nova invenção: o iPad. O tablet da Apple vendeu mais de um puta-que-parilhão de unidades em menos de 10 milissegundos, apesar de ninguem saber direito pra que ele serve.
Questionado sobre o futuro lançamento da Apple, Steve Jobs disse que está considerando fabricar um descanso para copos com bluetooth ou um peso para papel com acesso à internet.
Desastres:
Eu obviamente poderia passar o ano de 2011 inteiro falando sobre os desastres que aconteceram em 2010, mas irei me focar em dois deles:
Primeiramente, tivemos a novela dos mineiros chilenos, que ficaram presos. Numa mina. Chilena.
No caso mais bem documentado de isolação de pessoas, o mais marcante foi o tédio do negócio. Não tivemos nenhuma morte sangrenta, nenhuma rebelião violenta e nenhuma mutação que os transformasse em homens-topeiras.
Felizmente, salvaram-se todos.
O segundo desastre foi bem mais marcante: Morreu Lombardi. Conhecido mundialmente por ser um homem que só tinha sombra, Lombardi foi durante muitos séculos a voz marcante dos programas do Sílvio Santos.
Com sua morte, restam como únicos baluartes da imortalidade no país o próprio Sílvio e a Hebe.
Entretenimento:
Novamente, dois fatos marcantes ocorreram em 2010 na esfera entretenimental.
Primeiramente tivemos a estréia do filme mais caro do mundo. Avatar, a nova criação de James Cameron, conta a tocante história de Pocahontas no espaço. O filme atraiu atenção internacional por ter custado o PIB de vários países africanos e por ter ressuscitado a maldita moda dos filmes 3D, com seus óculos irritantes que dão dor de cabeça.
Por fim, tivemos o aniversário de um ano do blog Morram Malditos. Comemorado com uma festa de incrível pompa na sede da ONU em Nova York, vários líderes mundiais se uniram para comentar o sucesso ululante desse novo marco no mundo das comunicações. "Eu leio todo dia. É foda!", comentou o presidente dos EUA, Barrack Obama. "É minha fonte particular de informações", disse Julian Assange, do Wikileaks. Sobre o príncipal autor do blog, Lula disse: "Esse é o cara!"
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Concluimos, portanto, que 2010... foi uma bosta.
Para 2011, eu lhes desejo meus sinceros votos de pedras no rim, dedos batidos na quina da mesa, torcicolos e tifo.
E aguardo ansiosamente a queda de um OVNI em algum lugar do mundo, para ter alguma coisa pra falar na retrospectiva do ano que vem.
domingo, 19 de dezembro de 2010
Sustentabilidade
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Fusca
Mas não.
Os carros de hoje em dia são cada vez menos parecidos com Fuscas. São espaçosos, aerodinâmicos, silenciosos, tem um porta-malas de verdade atrás e um motor na frente. Em suma, são feitos para que você os dirija com o mínimo de esforço possível. Como se dirigir fosse um ônus, uma obrigação.
O Fusca segue o caminho inverso. Visto de fora, é uma coisa até meio desengonçada. Não parece seguir nenhuma regra de aerodinâmica. Chega a ser engraçado. Ao entrar nele, você imediatamente sente o delicioso cheiro da gasolina adentrando em suas narinas. Ao ligá-lo, o motor ruge atrás de você como uma besta selvagem enjaulada. Para combater o calor, você abre o vidro e sente o vento no rosto.
Resumindo: os carros modernos são como uma prostituta: você paga, faz seu serivço, vai embora, e no outro dia você talvez nem se lembre direito do que aconteceu. Já um Fusca é como uma esposa: pode te dar um monte de dor de cabeça, mas, no final, você ainda vai gostar dele.
Exatamente como ocorre nesse momento. Da sacada do prédio, eu sou capaz de ver meu Fusca, estacionado na mesma vaga faz quase uma semana, por motivos de falha mecânica. Com um carro comum, eu ficaria puto, e provavelmente estaria sentado nessa cadeira xingando a mãe de quem quer que tenha criado a montadora do carro. Porém, como se trata de um Fusca, estou aqui vangloriando essa magnífica criação da humanidade.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Aniversário
domingo, 3 de outubro de 2010
Domingo
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Utopia
Eu, como qualquer ser humano, tenho a minha própria visão de uma utopia: um mundo ideal, porém irrealizável. Hoje, irei dividi-la com vocês:
Minha utopia difere da realidade em três pontos:
Primeiramente, no meu mundo utópico, o governo seria controlado por bichos-preguiças. Não caberia ao homem se governar: ao invés disso, seriamos controlados pela sábia e preguiçosa batuta dos majestosos bichos-preguiça, que através de seus movimentos lentos, porém certeiros, nos transportariam para um futuro ideal.
Segundamente, toda e qualquer contenda seria resolvida numa banheira do Gugu. Qualquer desavença entre raças, credos, castas, nacionalidades ou qualquer coisa que não fosse resolvida pelo diálogo e pelo bom-senso terminaria no mesmo lugar: uma banheira, onde os antagonistas, vestidos de maiô, se digladiariam para obter o controle de um sabonete. Em caso de um conflito muito grande, uma banheira gigante seria construida, e os dois exércitos seriam colocados dentro dela, lutando pelo controle de uma tonelada de sabonetes despejados lá dentro. Tal sistema, além de impedir milhares de mortes e crimes de guerra, seria muito mais divertido. Imagine as seguintes cenas:
George W. Bush e Osama bin Laden, numa banheira.
Hitler e Winston Churchill, brigando por um sabonete.
Francisco Ferdinando e Gravillo Princip, ambos de maiô preto, se preparando para entrar na banheira.
Joana d'Arc e a Santa Inquisição, num embate violento pelo sabonete escorregadio.
Poncio Pilates e Jesus Cristo, chafurdando na água espumante enquanto uma multidão canta 'umba umba umba ê! umba umba umba ô!"
Terceiramente, o mundo se comportaria como um gigantesco e constante musical. Você estaria, por exemplo, andando de ônibus, quando, de repente, do ar, começaria a tocar uma música. Ela começaria suave, então você entraria cantando, até que, no refrão, o ônibus inteiro explodiria numa cantoria, enquanto você lideraria uma coreografia louca enquanto descia do ônibus, e iria dançando até seu destino, enquanto as pessoas da rua se uniriam à você na coreografia, até que, no climax máximo da canção, uma pequena multidão estaria atrás de você, dançando e cantando em únissono. Quando acabasse, todos iriam simplesmente juntar suas coisas e ir andando como se nada tivesse acontecido, e você continuaria no seu caminho, até que, do nada, um novo número do musical explodisse ao seu lado e você se visse pego na coreografia. Milhares de músicas aconteceriam simultaneamente, as vezes melancólicas, as vezes dramáticas, as vezes felizes, e você iria participando delas, as vezes liderando, as vezes como um figurante. Quando você, por fim, chegasse, digamos, ao seu trabalho, e o seu chefe te perguntasse "por que o atraso, maldito?", você poderia responder sem culpa: "Mil perdões, chefe, fui pego numa versão reestilizada do 'Singing in the Rain' alí na esquina e não cheguei a tempo..." e o seu chefe, compreensivo, diria: "Bem, acontece com qualquer um, né? Vamos pelo menos agradecer que não foi nada do High School Musical!", e você iria feliz tomar um cafézinho.
Mas bem, como isso tudo é completamente impossível, eu permaneço com a minha utopia realizável de transformar a ilha de Marajó numa miniatura da Irlanda.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Trabalhar
trabalhar
1. Fazer algum trabalho.
3. Exercer a actividade
Vamos começar com a resposta de uma pergunta que vocês, sem dúvida, farão:
"Mas porra, você já trabalhou?!?!"
Não. Nunca trabalhei.
Tambem nunca ateei fogo em mim mesmo, mas sei que deve ser, digamos, desconfortável. Nunca me joguei da varanda do apartamento, mas não preciso fazer isso pra saber que deve ser meio dolorido. Do mesmo modo, não preciso ter trabalhado pra saber que o trabalho é uma merda.
O trabalho é, sem duvida nenhuma, a pior invenção da história da humanidade. Não ligo pro fato de que a humanidade não existiria sem o trabalho. A humanidade não é lá grande coisa; entre a humanidade e o trabalho ou nenhum dos dois, eu escolheria alegremente a segunda opção.
O problema é que nossos antepassados escolheram a primeira. Provavelmente porque o cérebro deles ainda era meio símio.
(E agora, com vocês, o esperado momento da revolta histórica do post!:)
Caramba, estava tudo perfeitamente sob controle! Viviamos (nós, a humanidade. Não eu e você) uma vida calma e alegre, colhendo plantas pela mata, caçando animaizinhos indefesos e, quando tudo ficava meio desesperador, nos uniamos e matavamos um mamute! Estava tudo perfeito e ideal: tinhamos a dose certa de comida, a dose certa de descanso, a dose certa de sono e a dose certa de mortes precoçes causadas por doenças virulentas, ferimentos gravíssimos e tigres de dente-de-sabre. Viviamos a vida que a natureza, em toda sua inteligência, planejou para nós.
Mas a natureza, coitada, se esqueceu que sempre existe um filho da puta.
Nesse caso, o filho da puta falou: "Que será que acontece se eu pegar esses grãozinhos e jogar nuns buraquinhos na terra?"
Nesse momento, a natureza provavelmente disse, com os olhinhos arregalados:
"Porra. Fodeu."
Eis que é criada a agricultura. A invenção que permitiu ao homem sair de uma vida nômade e viver no mesmo lugar todo dia, olhando pra mesma paisagem entediante todo dia, arando o mesmo pedaço de terra todo dia e comendo trigo todo dia.
Mas não, o ser humano não estava satisfeito. Eis que aparece outro (sim, outro!) filho da puta. Esse diz: "Será que as pessoas aceitariam o fato de eu dizer que, ao invés de trabalhar, eu deveria cuidar das questões governamentais da vila?"
E sabe o que é pior?
Aceitaram.
E assim, depois de criar o primeiro trabalho, o ser humano criou o primeiro vagabundo: o político.
Mas xingar os políticos fica pra outro post.
O fato é que, com a comodidade criada com a agricultura e sob o comando "inteligente" de um líder, as primeiras cidades cresceram e se multiplicaram. Com isso veio o comércio, o alfabeto, a matemática, os comerciantes, os advogados, os cientistas, os chefes, e uma legião de outros filhos da puta, cada um se preocupando desesperadamente em desvirtuar ainda mais o plano de vida que a natureza criou para nós.
E chegamos aonde estamos:
Ao invés de dormir quando cai a noite, acordar quando raia o dia, colher mangas numa mata e caçar animais indefesos com lanças quando a fome fica muito forte, nós atualmente acordamos antes de o sol nascer, trabalhamos que nem condenados para ganhar um punhado de papel com uns números escritos, compramos nossa comida já morta e se decompondo, chegamos no nosso lar quebrados e destroçados, assistimos a novela e vamos dormir MUITO depois de o sol se pôr.
Alguem além de mim nota o problema nisso aí?
Antes do trabalho, era tudo na dose certa. A gente dormia o quanto precisava, comia o quanto precisava, não tinha rotina, não cortava o cabelo e morria aos 25 assassinado por um leão.
Depois do trabalho, a gente dorme pouco, come muito, têm uma rotina maçante e chata, corta o cabelo todo mês e ou morre aos 30 assassinado por outra pessoa, ou aos 60 de alguma doença que a gente não teria se tivesse morrido aos 25 assassinado por um leão.
Tudo isso pra que?
Pra poder comprar um carro do ano (e chegar mais cedo no trabalho, assim podendo dormir uns 10 minutos a mais), uma televisão de 42 polegadas e um computador (pra poder ver melhor a novela e twittar sobre ela, ao invés de ir dormir mais cedo), comer carne de faisão (que a gente comeria naturalmente depois de caçar eles) e comprar remédio (pra tratar das doenças que a gente não teria se morresse aos 25 assassinado por um leão).
Como vocês podem ver, a gente trabalha pra fazer exatamente o que a gente faria (ou não precisaria fazer) se não trabalhasse!
E algumas pessoas ainda tem a cara de pau de glorificar o trabalho:
"O trabalho enriquece o homem!"
Não. O trabalho enriquece ALGUNS homens. O resto continua pobre e tendo que trabalhar que nem escravo pra ter o que comer;
"Por mais humilde que seja, um bom trabalho inspira uma sensação de vitória ."
(Jack Kemp, jogador de futebol americano e político)
Ah, tá. Disse o cara com o os dois trabalhos mais difíceis do mundo. Quero ver se ele diria isso se fosse um limpador de fossa.
"O trabalho agradável é o remédio da canseira."
(William Shakespeare)
E lá se vai nosso caro Willianzinho falando merda de novo. O remédio da canseira não é o trabalho. Essa é a CAUSA da canseira. O remédio pra canseira é o descanso. Vai ver por isso tem esse nome.
"O trabalho é, na maioria da vezes, o pai do prazer."
(Voltaire)
Ah, sim. Isso explica porque, na maioria das vezes, as pessoas ficam desesperadas pra sair do trabalho. Ninguem gosta de atividades prazerosas.
"O único lugar no mundo onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário."
(Vidal Sasson)
Já ouviu falar de um tal de Justin Bieber, senhor (ou senhora) Sasson?
E, pra terminar, uma que eu concordo:
"Meu pai me ensinou a trabalhar, não me ensinou a amar o trabalho."
(Abraham Lincoln)
E com essas sábias palavras do tio Abe, eu me despeço de vocês e termino essa maldita série de posts.
Bom trabalho a todos.
domingo, 29 de agosto de 2010
Estudar
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Um breve apelo
Vou lhes contar uma breve história de algo que ocorreu comigo, hoje de manhã.
Eu estava saindo do prédio, apressado pra caralho, prestes a perder o busão.
Quando eu passei na portaria, a porteira me perguntou se eu era filho de uma Cláudia.
(Não, eu não sou)
Então ela falou algo que eu não entendi direito porque sou surdo e porque tinha um caminhão passando.
Mas pelo que eu entendi, o filho da supracitada mulher se mudou para o prédio e ela pensou que ele fosse eu, 'aquele garoto simpático, que fala bom-dia, porque os outros passam e nem falam nada."
Ela disse essas palavras.
Pois bém, eu estava atrasado, então eu subi a rua meio correndo e cheguei no ponto.
Só então, quando eu estava parado lá, esperando o ônibus, é que aquilo me atingiu como uma tijolada epifânica no estômago. Foi como se Jack Swigert aparecesse na minha frente e falasse: "We have a problem".
Ela achou que eu era simpático.
Quem me conhece sabe que eu não sou simpático. Eu sou rabugento, velho, irônico, chato e anti-social. Simpatia não encaixa nisso aí. Porém esse não é o problema. Ela não me conheçe, afinal.
O problema é que ela achou que eu era simpático exclusivamente pelo fato de que eu passava pela portaria e falava "bom dia".
...porra!
Eu sei que a gente vive num mundo desprezível e ridículo. Eu tenho consciência disso. Mas quando parei pra pensar, eu percebi o estado em que estamos.
Estamos vivendo num mundo onde as pessoas te consideram simpático por falar "bom dia".
Bom dia.
Duas palavras. Duas palavras pequenas.
Existe algum esforço monumental em falar elas que eu não notei?
Porra.
Quando eu era pequeno, minha mãe me ensinava a ser educado, a falar obrigado e essas coisas. Até hoje ela me fala disso.
Agora eu fico aqui pensando comigo mesmo: que que a mãe desses indivíduos ensinam pra eles quando eles são pequenos?
"Filho, não fale bom dia pro porteiro. Ele é um semi-analfabeto sujo e desgraçado."
"Filho, não pare pra deixar o pedestre atravessar. Pedestres são todos trouxas."
"Filho, pode sujar todo o chão da casa. Quem vai limpar vai ser a otária da empregada, mesmo!"
Portanto, eu venho, hoje, lhes fazer um apelo.
Um apelo bem clichê, bem no estilo propaganda de cidadania da rede Globo:
Caros leitores e dignas leitoras, por favor, eu lhes peço: sejam educados.
Não estou pedindo nada complicado demais. Não estou pedindo que você se ofereça pra fazer faxina na casa de um desconhecido. Não estou pedindo pra você emprestar dinheiro pra um estranho no elevador. Estou pedindo só uma coisa: seja minimamente civilizado.
Não estou nem pedindo pra você ser alguem legal, se você notou. Por mim, você pode ser um excomungado de um filho da puta. Mas, por favor, seja um filho da puta educado!
Se você não sabe como, vou te explicar. É bem simples:
Fale 'bom dia' pro porteiro. Fale 'obrigado' pro cobrador do ônibus. Fale 'saúde' se alguem espirrar. Se você tiver um carro, deixe aquela pobre velhinha atravessar a rua. Não alimente os animais. Não pise na grama. Sorria, você está sendo filmado.
Não é algo complicado, como você pode ver. Até alguem como eu consegue fazer.
Portanto, meus colegas, tentem tornar o mundo um lugar minimamente menos desgraçado. Eu sei que já estamos num ponto sem volta na escala de filha-da-putice humana, mas vamos nos comportar como senhores elegantes e civilizados enquanto o grande navio chamado planeta Terra afunda, certo?
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Comer
Comer.
(
Vamos começar com uma ressalva: para aqueles que não me conhecem, meu estômago é ridículo. Ridículo, ridículo, ridículo. Se meu estômago fosse um livro, ele seria Crepúsculo. Se meu estômago fosse uma matéria, seria GA. Se minha vida fosse o sono, meu estômago seria o despertador.
Munidos desse conhecimento, vocês devem supor que comer não é, para mim, algo muito prazeroso. O que é completamente correto. Minha vida, companheiros, pode parecer bem chata e entediante. E bem, ela até é. Mas, na hora das refeições, ela se transforma numa batalha épica: de um lado, estamos eu e meu pobre e sofrido aparelho digestivo, presos no desfiladeiro de Termopila como os 300 soldados de Esparta, enquanto à nossa frente o gigantesco exército da comida se aproxima para nos massacrar. Nós resistimos, bravamente, vencemos algumas batalhas, e perdemos outras. Porém, a guerra continua num impasse.
O fato é que, para mim, comer é algo puramente obrigatório. É como respirar ou pegar ônibus: eu faço simplesmente porque tenho. Se alguem me chegasse aqui e agora e me oferecesse a possibilidade de nunca mais comer na vida, eu não hesitaria em aceitá-la - afinal, todo o prazer que as pessoas dizem sentir ao comer não é nada comparado à sensação de ter um boi se debatendo no seu estômago e mugindo para sair.
O fato é que as pessoas tem uma tara incompreensível pela comida. Atualmente, as atividades exercidas mais costumeiramente pelo homem (como ficar sentado na frente de uma tela digitando) não exigem grandes gastos energéticos. Assim, as pessoas deveriam comer menos, para manter um equilíbrio entre a energia adquirida e a usada. Porém, as pessoas se recusam a entender esse conceito básico de biologia. Elas comem, comem e comem, e nunca parecem estar satisfeitas. Não contentes em comer infinitamente, elas comem as coisas mais indigestas possíveis. Coisas como buchada, rabada, ossobuco, coisas com as quais meu estômago tende a se revirar só de pensar. Pior ainda, além de insistir em comer até terem gordura saindo pelos poros, elas acham estranho eu não conseguir fazer o mesmo.
Vai aí a novidade, colegas: nem todo mundo nasceu abençoado com esse presente da evolução chamado estômago funcional. Alguns, como eu, ficaram com a ponta de estoque, com os restos vendidos na liquidação. Para essas pessoas, a comida é uma necessidade - e apenas isso. Não é a razão de nossa existência: é apenas um requisito dela.
Agora, com licença, que eu vou arrumar alguma coisa pra comer. Adeus!
domingo, 8 de agosto de 2010
Acordar
sábado, 7 de agosto de 2010
Exercício
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Crianças
Semana passada, um primo meu de uns 9 anos ficou hospedado aqui em casa.
Companheiros, só posso lhes dizer que, a partir dessa experiência, eu descobri como deve ser o inferno.
O inferno não deve ser quente, cheio de lava e com demonios te espetando com tridentes.
O inferno, meus amigos, deve ser um playground gigante, cheio de crianças de todas as idades.
Tambem percebi como deus é misericordioso. Se ele fosse realmente cruel, ele não teria mandado todas aquelas sete pragas para o Egito. Se ele fosse realmente cruel, ele teria mandado uma meia dúzia de crianças encapetadas pro palácio do Faraó. Isso, meus amigos, seria crueldade. Perto disso, água virando sangue, enxames de gafanhotos e a morte dos primogênitos não passa de piadinha. A verdadeira praga seria um enxame de crianças.
Que praga, meu deus, QUE PRAGA.
Para mim, as crianças são a prova da filosofia de que todos nascemos com o mal dentro de nós, e cabe à sociedade controlar-nos. Uma criança ainda não foi devidamente domada, e por isso se comporta como um maldito animalzinho selvagem e odiável. O problema é que todo mundo se recusa a enxergar isso. Se um cachorro bate numa mesa e derruba um vaso, o pobre coitado pode esperar um espancamento pra aprender a se comportar. Se uma criança faz isso, ela leva (ou levaria, considerando a nova lei idiota) uma palmadinha leve e logo está livre pra infernizar o mundo de novo. Ao invés de prenderem a criança numa coleira, todo mundo diz: "deixa ela, coitada, ela só está se divertindo!"
...
Da adolescência pra frente, o ser humano tende a melhorar como pessoa conforme o tempo passa, se tornando mais controlado e calmo. Porém, nas crianças, esse processo não ocorre. De fato, muitas vezes, costuma ocorrer ao contrário: quanto mais velha, mais odiável a criança fica.
Primeiro, temos os bebês. Pra ser bem sincero, meu principal sentimento em relação aos bebês é a inveja, e não o ódio. A única coisa que um bebê faz é nada. Ele dorme 20 horas por dia, e ainda assim, é amado incondicionalmente por absolutamente todo mundo! Meu sonho de vida é receber esse tipo de sentimento depois de dormir 20 horas, e não um olhar desprezível acompanhado de um 'tá vivo, ainda?'
Bebês enchem o saco, sem dúvida. Eles choram, vomitam e babam. Mas há um ponto essencial: quem tem que lidar com isso é a mãe da criatura. Ele não vem babar e vomitar perto de mim, o que o torna tolerável. Porém, eventualmente, a criaturinha aprende a andar e falar. E então, precisamente nesse ponto, eu deixo de invejá-las e passo a dedicar todo meu espírito para odiá-las.
No que eu chamo de primeira fase da infância, de uns 2 até uns 4 ou 5 anos, a criança dedica todo o seu tempo para executar três coisas: correr, gritar e destruir. E eu sou obrigado a tirar o chapéu pra elas, porque elas fazem isso com uma maestria incomparável. Nessa fase, a criança é inconveniente sem saber disso. Assim, mesmo odiando-as, eu sou obrigado a, as vezes, aguentar e até perdoa-la - afinal, ela ainda não tem total capacidade sobre suas ações.
Porém, chega um momento em que elas desenvolvem as habilidades sociais necessárias para saberem quando estão sendo chatas e inconvienientes. Ela entra, então, na segunda fase da infância, que se extende de uns 4 ou 5 anos até uns 8 ou 9. Nessa fase, a criança sabe que pode ser insuportável, irritante, chata, e inconveniente. Contudo, ela também já desenvolveu o intelecto suficientemente pra perceber que as outras pessoas vão perdoa-la por ser chata. Então, ela entra numa nova fase: ao invés de ser chata simplesmente porque ela é, ela passa a ser chata porque ela pode ser. Então, ela começa a dedicar toda sua existência para irritar os outros, e começa a se divertir com isso. Alem de correr, gritar e destruir, ela desenvolve uma afeição pela sujeira e um horror pelo banho, ela começa a pegar coisas suas sem você deixar, ela começa a apertar seu animal de estimação até ele quase explodir, e pratica mais um sem número de atividades odiáveis. Alem disso, ela passa a ser acometida por desejos materiais, o que a leva a fazer birra, ou seja, usar sua recem-descoberta capacidade de ser irritante como moeda de barganha para conseguir que seus pais, desesperados em não irritar a sociedade com sua infernal prole, acatem à seus desejos.
Então, conforme o tempo passa, a criança maldita chega na terceira fase da infância, que se extende até sua entrada na pré-adolescência. A criança, agora, mantém praticamente todos os hábitos da fase anterior: ainda tem uma aversão assustadora pela higiene, um desrespeito completo pela noção de propriedade, e uma grande afeição pelo tripé sagrado das atividades infantis: correr, gritar e destruir. Porém, a criança, com o envelhecimento, é acometida por uma falsa sensação de experiência e autoridade. Isso a torna ainda mais insolente, e a faz ter falsas sensações de grandeza. Ela se torna, basicamente, um daqueles loucos que acham que é Napoleão.
Ao fim dessas três fases, a criança finalmente entra na pré-adolescência e, eventualmente, na adolescência, o que é, a meu ver, uma verdadeira benção. Após a puberdade, depois de sofrer a ação dos hormônios e toda aquela história, a criança finalmente vira um adolescente - o que significa que ela para de infernizar os outros e começa a angustiar única e exclusivamente à si mesma. E, por mim, ela pode pensar em se matar o quanto ela quiser - desde que ela não resolva cortar os pulsos e espirrar sangue em cima de mim.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Fanatismo e (argh) "modinhas"
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Sono
domingo, 4 de julho de 2010
Contra o ateísmo
Como eu espero que vocês saibam, queridos leitores, eu sou ateu. Portanto, é com a autoridade de um ateu assumido que eu venho lhes dar um conselho:
Por favor, fujam do ateísmo.
O ateísmo é a escolha “religiosa” mais imbecil que um ser humano pode fazer.
Enumerarei aqui alguns dos motivos que tornam o ateísmo uma escolha tão estúpida:
- Preconceito.
Ateus são, em termos de religião, os maiores alvos de preconceito possíveis. O preconceito contra ateus é constante e antigo. Basicamente, uma pessoa religiosa consegue tolerar o fato de que você é praticante de uma religião – qualquer religião. Porém, ela é simplesmente incapaz de aceitar o fato de que você não acredita em absolutamente nada. Para uma pessoa cristã, por exemplo, é aceitável que você seja budista, que você venere Shiva, e até tolerável que você acredite em Alá. Porém, é completamente inaceitável que você seja ateu. Você pode acreditar em absolutamente qualquer coisa – um unicórnio rosa invisível, um pote de chá no espaço – mas você tem que acreditar em algo. Não acreditar em nada não é uma opção.
2. Justiça.
O mundo é um lugar muito mais bonito para um crente. Para ele, qualquer coisa errada nessa vida – morte, guerras, assassinatos, crimes – será corrigida no além, pela justiça divina. É uma questão simples: quem é bom vai pro céu. Quem é ruim, inferno.
Um ateu não tem esse privilégio. Para um ateu, não importa se você deu dinheiro aos pobres ou roubou dinheiro deles – no final, todo mundo terá o mesmo destino. Não existe justiça divina. Para um ateu, a única esperança de justiça é a justiça humana – que é exageradamente lenta, falha e incapaz. Desnecessário dizer, o mundo se torna um lugar bem mais desprezível quando você considera que um pedófilo e um missionário, no final, vão parar no mesmo lugar.
- Ética e moral.
Um crente não se vê preso em dilemas morais e éticos. Para um crente, a escolha é sempre simples: faça o que o livro manda. Um ateu não tem o benefício de ter uma bíblia ou um corão – um guia, onde tudo que ele precisa fazer está escrito. Para um ateu, o que ele deve fazer numa situação depende exclusivamente dele – afinal, como eu já disse, não há justiça divina para um ateu.
- Morte
Um crente não vê problemas em seguir o caminho do “bem” e da “virtude” – afinal, ele terá uma ótima recompensa, no final. Para um crente, não há problema em se explodir numa estação de trem – afinal, depois daquilo, ele terá sete virgens esperando por ele no paraíso. Porém, um ateu não tem recompensa nenhuma para fazer o bem. Obviamente, sem recompensa alguma, fazer o certo se torna bem menos atraente – e um ateu se encontra frequentemente em dúvida sobre se fazer o certo vale a pena. Algo com que os crentes não precisam se preocupar.
- Esperança
Sempre que algo dá errado na vida de um crente, ele sempre tem a esperança de que deus está preparando algo melhor para ele. Um ateu, por outro lado, sabe que a tendência das coisas é apenas piorar. Assim, para quem não é ateu, a vida se torna bem mais despreocupada – afinal, para ele, existe alguma força superior cuidando de seu caminho.
E por hoje é só. Boa noite, crianças, escovem bem seus dentes e usem camisinha!
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Como: andar de ônibus
Hoje, titio Fábio vai ensinar vocês a pegar um ônibus!
Como pegar um ônibus
Um ônibus (do latim "omnibus", "para todos") é, pra quem nunca teve a felicidade suprema e ululante de andar num, um pedacinho do inferno sobre rodas. A finalidade de um ônibus é transportar um numero relativamente grande de pessoas, da maneira mais incofortável e demorada possível, fazendo elas pagarem por isso.
Reação de uma pessoa normal, ao saber que tem que pegar um ônibus.
1. Você quer ir do ponto x ao ponto y;
2. Você é obrigado a ir do ponto x ao ponto y;
3. Você assassinou uma criança e está pagando a penitência que o padre te deu.
As duas primeiras situações podem apresentar as seguintes variações:
-1 O ponto y é relativamente longe do ponto x, fazendo você ter que pegar um ônibus fretado ou de viagem;
-2 O ponto y é relativamente próximo ao ponto x, fazendo você ter que pegar um circular.
Vamos estudar cada uma das duas situações individualmente:
-1: Você precisa pegar um ônibus fretado ou de viagem
Essa situação é consideravelmente mais confortável que a situação -2. Para pegar um ônibus fretado ou de viagem, você precisa de:
- x (xis) dinheiros.
Você normalmente pega um ônibus desses numa rodoviária. Nelas, você se dirige ao balcão da empresa que faz a viagem que você deseja, despeja seu dinheiro sobre ele, pega sua passagem e espera o busão chegar, normalmente atrasado. Alternativamente, você pode esperar o ônibus passar em algum ponto e subir nele fora da rodoviária. Nesse caso, você não paga a taxa de embarque, barateando a passagem. Já dentro do ônibus, é uma simples questão de espera e paciência. Tais ônibus são normalmente suficientemente confortáveis para que você possa até tirar um cochilo (mas cuidado para não passar do ponto!)
Já a segunda situação é consideravelmente mais tensa.
-2: Você precisa pegar um ônibus circular
Pobre de você. Bem vindo ao 10º circulo do inferno: o círculo dos pobres, sem carta de motorista e sem carro.
Para pegar um ônibus circular, você precisa do seguinte:
- Dinheiros (2,60 em Campinas, 2,65 em São Paulo, 1,70 e qualquer coisa no Rio, e por aí vai.)
-Coragem.
-Determinação.
-Força de vontade.
(Opcional, para a hora do rush: habilidades de contorcionismo).
Munido de tudo isso, você se decide qual será o ônibus à ser tomado, e descobre o horário mais confortável para pegá-lo. Sabendo disso, você se dirige ao ponto no horário apropriado, com alguns minutos de antecedência. Chegar no ponto na hora certa é crucial, pois evita que você fique esperando 40 minutos pelo próximo ônibus daquela linha sentado nos incrivelmente confortáveis bancos de concreto do ponto (se seu ponto tiver bancos, é claro, e não for apenas uma estaca de madeira fincada na calçada ou um poste pintado). Quando você estiver no ponto, preste atenção. Ao ouvir o som de trompas flamejantes, o grito de condenados e ver um clarão de chamas infernais, observe atentamente o ônibus e veja qual linha ele faz. Pegar o ônibus certo tambem é crucial para o sucesso de sua empreitada, pois evita que você desca no meio do caminho e ande 4000 passos até sua destinação simplesmente porque subiu correndo no ônibus sem ver a linha dele. Após ter se certificado do destino do ônibus, sinalize para ele e suba na carreta do diabo.
Agora vem a parte legal. Ônibus são locais de extrema tensão social. Existe muita gente junta. Mais especificamente, muita gente retardada junta. O importante, porém, é saber que eles estão apenas te testando. Você deve resistir ao intuito de matar todo mundo com uma chave de fenda e um pacote de chá mate. Você estaria apenas satisfazendo eles.
Então, para obter sucesso, você se comporta como um autêntico autista.
Você está dentro do ônibus. Siga esse fluxograma improvisado de díficil leitura e compreensão para chegar vivo e sem sequelas permantentes no seu destino:
1. Existe lugar antes da catraca?
-Sim: Sente-se nele. Vá para 7.
-Não: Vá para 2.
2. Dirija-se para a catraca.
3. Você vai pagar como?
-Com o cartão: Coloque o cartão perto da maquininha e passe pela catraca.
-Com dinheiro: Dê o dinheiro para o cobrador, passe pela catraca, espere o troco, se tiver.
4. Você está na traseira do ônibus. Existe lugar para se sentar?
-Sim: Sente-se nele. Vá para 5.
-Não: Se fodeu. Fique em pé. Vá para 6.
5. Você está sentado. Faça cara de apático. Olhe para nenhum ponto em específico. Se tiver um fone de ouvido e ainda não o colocou, coloque-o agora. Espere até chegar em 7.
6. Você está em pé. Faça cara de apático. Olhe para nenhum ponto em específico. Se tiver um fone de ouvido e ainda não o colocou, coloque-o agora. Espere até chegar em 7.
- Caso alguem se levante e libere um lugar, vá para 4.
- Caso ninguem libere nenhum lugar, continue em 6.
7. Você está se aproximando do seu destino.
-Você está na traseira do ônibus: Vá para 8.
-Você está na frente do ônibus: Vá para 2, prossiga normalmente até 3, depois pule para 8.
8. Você está a um ponto de seu destino.
- Puxe a cordinha ou aperte o botão;
- Espere o ônibus parar no ponto de destino;
- Desca, tomando cuidado para não tropeçar, cair e morrer de traumatismo craniano depois de todo esse esforço.
Parabéns, você sobreviveu ao ônibus! Você é bom! Parabéns, campeão!
E assim, eu termino esse tutorial de essencial importância e originalidade! Boa sorte, crianças! Até a próxima!
sábado, 19 de junho de 2010
Como fazer: Relatórios
Não sei se é uma tendência nova ou não, mas nos últimos tempos eu tenho visto uma quantidade excessivamente grande de gente fazendo vlogs pra reclamar das coisas da vida.
Então, como eu sou indie e da contra-cultura, vou parar de reclamar.
Até por que, quanto mais as pessoas dos vlogs reclamam, menos coisa eu tenho pra reclamar, e isso torna meu trabalho mais difícil. E eu abomino trabalho difícil, como vocês sabem.
(Eu abomino trabalho em geral, mas o trabalho difícil é ainda mais abominável.)
Eu vou então usar minha extensa sabedoria (risos) e vivência (mais risos) para ajudar vocês, pobres almas, a fazerem muitas das variadas atividades extremamente complexas da vida cotidiana.
Como eu estou engajado nisso nesse exato momento, vou ensinar vocês a fazer um relatório:
Como fazer um relatório
*Materiais necessários:
-1 (um) experimento, já pronto.
*Modo de preparo:
Então você tem um experimento e precisa transformá-lo em dados científicos, mas não sabe como? Não se preocupe, existem maneiras fáceis de fazê-lo sem necessariamente saber do que você está falando!
Basicamente, existem dois métodos de se fazer um relatório:
1. Honestamente, aprendendo toda a teoria por trás dos fatos e considerando os valores obtidos como certos e invariáveis, ou;
2. Copiando e acoxambrando.
Ambos levam ao mesmo lugar, mas o segundo é substancialmente mais fácil.
Advinha qual eu prefiro?
Para que seu relatório obtenha sucesso, você precisa dominar as duas atividades já mencionadas. Vamos discutir cada uma individualmente.
*Copiar.
A cópia é um dos pilares da filosofia preguiçal. Ela se baseia num simples raciocínio: se alguem já fez algo pra você, por que você deve repetir o esforço? É apenas um gasto de tempo e energia, que como todos sabemos são recursos finitos!
Sabendo disso, vamos aos fundamentos práticos da cópia. Uma cópia eficiente precisa de, principalmente, um bom material a ser copiado. Apenas isso! Como se vê, é algo extremamente fácil! No nosso caso, você pega um relatório já feito e discretamente copia cada letra dele, e pronto, você tem o esqueleto de seu relatório!
Agora, porem, vem a parte difícil: encaixar os dados que você obteve em seu experimento no relatório. Você normalmente não quer copiar os dados do relatório copiado, pois isso resultaria em complicações futuras. Porem, os dados obtidos muitas vezes simplesmente não se encaixam nos resultados que você espera. Qual é a solução?
*Acoxambrar!
A acoxambração é algo inerente ao ser humano. Cada pessoa nasce com a tendência de acoxambrar já profundamente arraigada ao seu ser. Porém, poucos (ou muitos...) são aqueles que aderem completamente à acoxambração e aceitam essa característica básica do homem.
Para acoxambrar, tudo que você precisa são os resultados esperados (você pode consegui-los, por exemplo, a partir do relatório utilizado na parte da cópia, para facilitar seu trabalho). Compare-os rapidamente aos resultados obtidos por você. Ambos são parecidos? Se sim, prossiga com seus cálculos, observando se seus resultados batem. Se não, utilize as técnicas já consagradas pelo grande cientista francês Jean-Pierre de l'Acochambreé:
Pegue seu resultado. Amasse-o. Incinere-o. Jogue-o no lixo. Invente outro. Seja feliz. Dance em volta da fogueira.
E pronto!
Tendo copiado e acochambrado o quanto você pode, agora é uma mera questão de encher linguiça, e pronto! Você tem um relatório perfeito, feito sem desperdício de tempo e energia!
Espero que eu tenha ajudado-os, nobres leitores, na realização dessa complexa tarefa. Boa noite a todos, e até a próxima.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Futebol
Ontem, enquanto eu jantava, eu vi na SBT (acho) uma entrevista com o nosso ilustre presidente Lula, onde ele falava (advinhem sobre o que?) da Copa do Mundo e da Seleção Brasileira. Num país onde até o presidente da república tambem acha que pode ser técnico de futebol, a época da Copa é um negócio único: o brasileiro passa 3 anos e meio xingando o país, mas nas semanas anteriores à Copa, ele compra bandeirinhas, camisetas do Brasil, e vira patriota do dia pra noite. No Brasil, o futebol é, também, o ópio do povo.
Eu não gosto de futebol. Nunca gostei. Posso até ver um jogo de futebol, mas o fervor com que certas pessoas assistem um jogo é algo que foge da minha compreensão. É algo quase religioso. A pessoa torce pelo bom desempenho daquelas 11 pessoas desconhecidas, tentando enfiar uma bola dentro de umas traves, e parece que a vida dela vai mudar drasticamente com aquilo. Parece que, se seu time ganhar, ela não vai mais precisar trabalhar, vai acordar com um carro novo na garagem e com a moça da última capa da Playboy deitada ao seu lado na cama, quando na verdade o máximo que ela vai fazer é poder repetir uma das piadinhas manjadas para seu amigo que torce pra outro time, no dia seguinte.
Quando o assunto é a Seleção Brasileira, porém, é que toda a fixação do brasileiro pelo futebol vêm a tona. Técnico da seleção é um emprego que eu não gostaria de ter. O técinco da seleção está sempre errado. Não importa se a seleção vem ganhando todos os campeonatos possíveis e imagináveis, todo mundo sempre tem uma escalação melhor. O máximo que o torcedor brasileiro consegue fazer é ignorar a opinião do técnico - mas concordar com ela, jamais!
O Brasil está invertido: Todo mundo entende tudo possível sobre futebol, mas não entende patavinas de política. Todos toleram os milhões de reais roubados em Brasília, mas ninguem suporta ver o Ganso fora da seleção. O que eu proponho é uma medida simples: ao invés de toda a população votar para presidente, senadores e deputados, e um pequeno e seleto comitê escolher o treinador da seleção, deveríamos ter o inverso: de quatro em quatro anos, votação para técnico da Seleção Brasileira - e quanto ao presidente, aos deputados e senadores, esses poderiam ser escolhidos por um comitê de pessoas entendidas do assunto.
sábado, 5 de junho de 2010
Tem alguma coisa errada.
Shakira canta no segundo dia do Rock In Rio Madri
Essa foi uma das frases mais erradas que eu já tive a infelicidade de ler.
Primeiro, temos o já manjado problema do Rock In RIO ser em MADRID. Sério, custava chamar Rock In Madrid?
Segundo e mais importante, temos o trecho: "Shakira canta no... ROCK..."
Shakira. Rock. Shakira. Rock.
Shakira:
Notem a cara de patricinha, os cabelos bem arrumados e a pose sensual.
Rock:
Notem a cara de hippie, o cabelo desgrenhado e a garrafa de seja-lá-o-que-for-aquilo.
Shakira, rock?
De qualquer maneira, eu cliquei na maldita notícia e eis que leio, na legenda de uma das fotos:
"Rihanna faz show no segundo dia do Rock In Rio Madri, na Espanha. A noite ainda tem como destaque a cantora Shakira (05/06/2010) "
Putaqueopariu.
(Tive a infelicidade de ver uma foto da Rihanna, tambem. Puta merda, ela tá mais feia que eu...)
Eis que eu procuro, então, todos os artistas convidados praquela merda:
June 6
Miley Cyrus
McFly...
...
...
Depois de uma coisa dessas, nem o show do Metallica no último dia dá algum crédito pro evento.
Tudo errado.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Sem pauta
-Cortei meu cabelo. Agora a parte de cima do meu campo de visão não está mais escurecido pelos meus organizados fios. Em compensação, eu sinto frio na nuca. Eu nem lembrava que eu tinha uma nuca, diabos. Inferno, cheguei a sentir frio dentro da orelha. Isso comprova que meu cabelo tem outros usos alem de ser completamente anti-estético.
De qualquer maneira, no post anterior, eu esqueci de falar de uma das coisas mais chatar de cortar o cabelo: aguentar seus queridos familiares falando 'nooooooooossa, que bonitinho, cortou o cabelo?'
Sempre que me falam uma coisa dessas, tenho vontade de invocar o grande Vlad, o empalador.
-Estou escrevendo isso de Araçatuba. É bem provável que você, ilustre leitor, nem conheça Araçatuba, então permita-me apresentar a cidade: Araçatuba fica a cerca de 400km de Americana, que pos sua vez fica a mais ou menos uns 40km de Campinas. Araçatuba, apesar de estar relativamente frio atualmente, é um lugar quente. É um lugar infernalmente quente. E Araçatuba tambem aparenta ter uma concentração de bêbados muito maior que o comum. Talvez eles bebam tanto pra apaziguar o calor infernal que costuma fazer nesse lugar.
Araçatuba também está, atualmente, com uma infestação de moscas.
-Estou escrevendo isso de um laptop. Odeio teclado de laptop. É tudo tão apertado e colocado no lugar errado, e você sempre esbarra no 'mouse' e quando percebe, está escrevendo no meio de uma frase 5 linhas pra cima.
-Um pernilongo me picou perto da minha cicatriz no joelho. Pra quem reclama que tem joelho feio, sempre pense que o seu, pelo menos, não tem uma cicatriz de 4 dedos de comprimento nele. De qualquer maneira, minha cicatriz está estranha hoje. Sei lá.
-Quero jogar meu bom e velho playstation 2 de novo. Ele me acompanhou por tantos anos de nerdzagem e agora está lá, abandonado numa caixa, empoeirado...
Eu me lembro, alias, que eu ganhei ele num dia e no outro, eu vim pra Araçatuba e passei o fim de semana inteiro grudado na TV da sala, jogando insanamente... ah, bons tempos...
Naquela época se faziam bons videogames, não precisava de nenhuma viadagem tipo controle do Wii ou projeto Natal do Xbox...
Bom, chega de nerdagem
-Bem, já que estou num momento nostálgico araçatubense, vou falar da Mila. Da última vez que eu vim pra araçatuba, a Mila ainda estava viva. Pra quem não sabe, Mila era uma poodle branca, que vivia comigo faz mais ou menos o mesmo tempo que minha irmã vive comigo. Teve uma vez aqui em araçatuba que ela mordeu um sapo e começou a espumar pela boca e minha mãe saiu correndo pra levar ela no veterinário que fica muito longe daqui, mas aí ficou tudo bem. Acho que é por causa do hibisco. A Mila vivia comendo hibisco e deixava o tapete da sala tudo sujo com resto de pétalas. (Hibisco é uma flor, pra quem não sabe. Devia ser muito boa, tambem, pra ela comer daquele jeito). Quando eu for presidente do mundo, vou mandar pesquisarem o que tem no hibisco, e vão descobrir um composto insano e vão fazer uma droga de imortalidade e eu vou ficar multi-trilionário.
Não se fazem mais cachorros como antigamente... Ou fazem, acho.
Post nostálgico da porra "-.-
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Insônia e Sonolência.
s. f.
Ausência ou falta de sono.
sonolência
s. f.
1. Estado intermédio entre o sono e a atividade plena dos sentidos.
2. Disposição para o sono.
3. Modorra; torpor.
4. Fig. Torpor moral; inércia.
Por que as pessoas insistem em começar suas atividades às 6/7/8 horas da manhã?
São 6:25, é o terceiro alarme, e é hora de acordar. São seis de vinte e cinco, muito cedo para começar um dia feliz. Eu diria que é humanamente impossível acordar as 6:25 da manhã feliz, mas não, não é. Sempre existe aquele ser humano cretino que acorda cantando junto com os passarinhos, dá bom dia sorrindo pra todo mundo, e adora conversar com todas as pessoas existentes na face da Terra. Eu tenho vontade de jogar esse tipo de ser humano cretino pela janela do 12º andar de um prédio.
Eu ODEIO acordar cedo!
Me deixa de mau humor o dia inteiro, isso é, eu passei boa parte dos dias da minha vida de mau humor, mesmo! O mundo devia acordar só depois das 10, na verdade, melhor ainda seria depois do meio-dia. O dia nem é tão interessante assim. Porque não adianta o quanto você durma durante a noite, você vai passar o dia inteiro morrendo de sono, isso é fato. Sono eterno e do mal, que faz os dedos dormirem do nada, e dá vertigem quando você vira a cabeça para o lado, e faz as letras diminuírem até sumir completamente.
O período da manhã serve pra você se preparar para o resto do dia, isso é, silêncio é fundamental para isso. Mas a grande maioria das pessoas não entende isso, e querem conversar, ouvir música super alto, CANTAR, ou fazer qualquer coisa idiota que não seja simplesmente ficar quieta e dormir. Depois disso você fica vegetando o dia inteiro, dormindo por dentro o tempo todo, até umas 9 da noite. Aí o sono já começa a enjoar de você e resolve dar uma volta e fala pra insônia tomar conta enquanto ele sai. Aí pamonhou de vez né. Não há chá de camomila, dramin, mandinga, nem reza que me faça ficar com sono. Por quê? Porque eu não nasci pra viver de dia e ponto final! Eu acredito que um dia a sociedade vai entender isso e eu vou poder acordar todo dia depois do meio-dia e ir dormir só depois das 3 da manhã. Ah, quando esse dia chegar eu vou ser a pessoa mais feliz DO MUNDO.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Cabelo
Hoje, farei algumas considerações a respeito do meu cabelo.
Em minha singularíssima e entediante pessoa, o meu cabelo é, provavelmente, a coisa mais estranha.
Você que está lendo essa bagaça provavelmente nunca teve um cabelo que nem o meu, que tem o volume umas três vezes maior que o da sua cabeça.
Deixe-me contar como é ter um cabelo assim:
Sua vó fala que seu cabelo parece o do poodle que ela teve um dia.
Sua tia que não te vê faz alguns meses, ao te ver, não te diz 'oi!'. Ela diz: 'nossa... que que é isso?'
Quando alguem que você não vê faz algum tempo te encontra, alem de falar 'nooossa, como você cresceu', dizem tambem: 'noooossa, faz tempo que você não corta o cabelo, hein?'
Te chamam de cotonete.
Te perguntam se você que nem aquele cara da propaganda, que escondia uma bola de basquete no cabelo.
Um segurança careca diz que, quando tiver cabelo, quer que seja que nem o seu.
E por aí vai...
Pois bem, agora vem a inevitável pergunta:
Por que eu deixo meu cabelo ficar desse jeito?
Reposta:
Não, não é por estilo, não é para eu 'me dar bem com as garotas', não é pra balançar quando eu faço headbanging, não é pra vender depois que crescer mais (embora isso seja uma boa ideia...), e não é como protesto contra a burguesia inerte que se recusa a aceitar padrões estéticos diferentes dos convencionais.
É pelo mais nobre e belo dos motivos:
Preguiça.
Só pensar em ir no cabeleireiro me deixa cansado.
Cortar o cabelo é, provavelmente, a atividade relativamente frequente que eu mais odeio.
Já reclamei, nesse blog, de comprar roupas.
Eu odeio cortar o cabelo pelo menos umas 7 vezes mais que eu odeio comprar roupas.
Só de pensar em cortar o cabelo, eu já fico mais irritado.
Primeiro você sai do aconchego do seu lar, onde você poderia estar fazendo algo muito mais produtivo (leia: dormir), pra ir no cabeleireiro.
Cabeleireiro é um negócio tão ruim que até pra escrever é chato.
Depois, você chega lá e, 9 entre 10 vezes, você tem que esperar.
E demora.
Então, depois de ler alguma revista que você já leu pelo menos umas 5 vezes em outras idas ao cabeleireiro (ou barbeiro, como chamam lá em casa), você se levanta e vai cortar o cabelo.
Primeiro você lava o cabelo naquelas cadeiras irritantes. Sempre, invariavelmente, vai cair água no seu ouvido. Depois você levanta da cadeira, meio com torcicolo, e dá uma enxugada cachorra no cabelo.
Depois você se senta na cadeira e o indivíduo pega aquelas capas horríveis e te semi-enforca com ela.
E depois disso, é um longo tempo em que sua maior diversão é olhar pra sua cara no espelho, mecher nos restos de cabelo que caem e pensar em como você vai ficar com cara de ovo depois que sair.
E demora. e demora. e demora. e demora.
Aí, quando você pensa que tá acabando, demora mais um pouco.
Demora DEMAIS.
Então, quando ele acaba, ele vêm com aquele espelho pra te mostrar como ficou o corte na sua nuca.
Como se alguém ligasse pra como o corte na nuca tá. Eu, particularmente, tô desesperado demais pra arrancar aquela capa enforcante e sair voando pela porta pra ligar pra como meu cabelo vai parecer pra alguem que me olhar por trás.
E o pior de tudo: você PAGA por tudo isso.
Como se isso não fosse o suficiente, você fica cheio de cabelinhos irritantes presos na gola da camiseta e te pinicando e você tem que tomar um banho pra eles sairem.
Quando eu corto o cabelo, eu normalmente o faço com o intuito de deixá-lo curto. Cabelo curto é muito mais prático, seca rápido, e você pode acordar e sair por aí sem ele parecer um tornado.
Porém, o fato de ter que ir no barbeiro me faz desistir dessa ideia e cultivar essa zona de guerra capilar que eu chamo de cabelo.
ODEIO cortar o cabelo.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Roupas
Odeio comprar roupas. OK, eu sei que sou chato e tal, mas se tem um momento da minha vida que eu devo ficar insuportavel é quando vou comprar roupa. Vamos estudar o cronograma da compra de uma simples camiseta:
Eu entro na loja. Uma música moderna, muito provavelmente da beyonce ou alguma música aleatória da balada, está tocando no alto falante. Antes mesmo de eu inspirar a primeira lufada de ar saturado de oxigênio que eles colocam pra aumentar nossa sensação de euforia e induzir a compras instintivas, uma mulher jovem, absolutamente comum, se aproxima com um sorriso e faz a fatídica pergunta:
"Posso ajudar?"
Sim, por favor. Tenho relatório pra fazer, você faz pra mim?
"Sim, gostaria de comprar uma camiseta."
E pronto. Nesse instante, você acabou de dar à vendedora permissão para que ela despeje a loja inteira em cima de você. E acredite, ela vai fazer isso.
Dez segundos depois, eu estou frente a frente com uma pilha de, pelo menos, 72 camisetas, crescendo exponencialmente. Depois que a vendedora colocou entre eu e ela um pequeno Kilimanjaro de camisetas extremamente parecidas, eu garimpo algumas e as levo para o provador.
Aqui começa a via crucis da compra de roupa: determinar, em 20 segundos de prova, se uma camiseta vai ser confortável o suficiente para você usar por um dia inteiro, por vários dias da sua vida.
Como eu sou extremamente chato, ela nunca é.
Primeiramente, tem a gola. Ela sempre é apertada demais. Quero usar uma camiseta, não quero ser enforcado, diabos!
Temos tambem o fenômeno da gola em V. Uma vez uma vendedora me ofereceu camisetas com gola em V. Eu ri na cara dela.
Depois tem a manga. Todas as camisetas vendidas atualmente tem manga curta, para que você mostre a todos seu muque trabalhado. No mundo atual, é aparentemente subentendido que qualquer ser humano é bombado. Eu, por ironia do destino, não sou. Ou seja, tenho q achar uma camiseta com manga relativamente longa. Isso é muito mais dificil do que parece.
Por fim, temos o problema da estampa. Etampas de camiseta são a coisa mais absolutamente sem criatividade do mundo. Elas são tão comuns que são praicamente uma ciência. Basicamente, elas existem em 3 variações:
-Camisetas brancas: A estampa terá desenhos de relâmpagos, carros ou surf. Muito provavelmente, os três juntos.
-Camisetas coloridas, em geral: A estampa será composta por dizeres aleatórios em inglês, contendo, obrigatoriamente, uma ou mais das seguintes palavras: "Surf, skate, fatal, relax, beach, car, thunder". Ela pode, em certos casos, possuir uma ilustração dos dizeres. Em alguns raros casos, ela é listrada com um emblema no peito. O emblema, muito provavelmente, conterá uma das palavras citadas.
-Camisetas pretas: Essas destonam da tendência 'surf / skate', provavelmente porque preto não combina com surf. Camisetas pretas, por sua vez, fazem alusão a grandes cidades ou a vida noturna, muitas vezes com as palavras "urban survival" no meio.
Como é possível ver, quem não surfa, não anda de skate, não gosta de praia nem sai a noite 5 vezes por semana fica órfão de estampa de camiseta.
E nem pense em perguntar para a vendedora se tal roupa ficou boa em você: você pode parecer um saco de pão mofado, mas ela ainda vai te elogiar loucamente.
Depois de sair do provador com algumas poucas camisetas, a vendedora começa o processo desesperado de tentar empurrar mais algumas coisas para você: uma calça, um cinto, uma camiseta com gola V, um vestido, luvas de couro de tubarão, etc... Depois de se esquivar dos inúmeros ataques dela e pagar as roupas eu saio da loja. Uma profunda sensação de alívio e uma vontade de me jogar na cama me acomete.
Odeio comprar roupas.