quinta-feira, 27 de maio de 2010

Insônia e Sonolência.

insônia
s. f.
Ausência ou falta de sono.

sonolência
s. f.
1. Estado intermédio entre o sono e a atividade plena dos sentidos.
2. Disposição para o sono.
3. Modorra; torpor.
4. Fig. Torpor moral; inércia.

Por que as pessoas insistem em começar suas atividades às 6/7/8 horas da manhã?
São 6:25, é o terceiro alarme, e é hora de acordar. São seis de vinte e cinco, muito cedo para começar um dia feliz. Eu diria que é humanamente impossível acordar as 6:25 da manhã feliz, mas não, não é. Sempre existe aquele ser humano cretino que acorda cantando junto com os passarinhos, dá bom dia sorrindo pra todo mundo, e adora conversar com todas as pessoas existentes na face da Terra. Eu tenho vontade de jogar esse tipo de ser humano cretino pela janela do 12º andar de um prédio.
Eu ODEIO acordar cedo!
Me deixa de mau humor o dia inteiro, isso é, eu passei boa parte dos dias da minha vida de mau humor, mesmo! O mundo devia acordar só depois das 10, na verdade, melhor ainda seria depois do meio-dia. O dia nem é tão interessante assim. Porque não adianta o quanto você durma durante a noite, você vai passar o dia inteiro morrendo de sono, isso é fato. Sono eterno e do mal, que faz os dedos dormirem do nada, e dá vertigem quando você vira a cabeça para o lado, e faz as letras diminuírem até sumir completamente.
O período da manhã serve pra você se preparar para o resto do dia, isso é, silêncio é fundamental para isso. Mas a grande maioria das pessoas não entende isso, e querem conversar, ouvir música super alto, CANTAR, ou fazer qualquer coisa idiota que não seja simplesmente ficar quieta e dormir. Depois disso você fica vegetando o dia inteiro, dormindo por dentro o tempo todo, até umas 9 da noite. Aí o sono já começa a enjoar de você e resolve dar uma volta e fala pra insônia tomar conta enquanto ele sai. Aí pamonhou de vez né. Não há chá de camomila, dramin, mandinga, nem reza que me faça ficar com sono. Por quê? Porque eu não nasci pra viver de dia e ponto final! Eu acredito que um dia a sociedade vai entender isso e eu vou poder acordar todo dia depois do meio-dia e ir dormir só depois das 3 da manhã. Ah, quando esse dia chegar eu vou ser a pessoa mais feliz DO MUNDO.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cabelo

Olá, nação nerd! Feliz dia da toalha!

Hoje, farei algumas considerações a respeito do meu cabelo.

Em minha singularíssima e entediante pessoa, o meu cabelo é, provavelmente, a coisa mais estranha.
Você que está lendo essa bagaça provavelmente nunca teve um cabelo que nem o meu, que tem o volume umas três vezes maior que o da sua cabeça.
Deixe-me contar como é ter um cabelo assim:
Sua vó fala que seu cabelo parece o do poodle que ela teve um dia.
Sua tia que não te vê faz alguns meses, ao te ver, não te diz 'oi!'. Ela diz: 'nossa... que que é isso?'
Quando alguem que você não vê faz algum tempo te encontra, alem de falar 'nooossa, como você cresceu', dizem tambem: 'noooossa, faz tempo que você não corta o cabelo, hein?'
Te chamam de cotonete.
Te perguntam se você que nem aquele cara da propaganda, que escondia uma bola de basquete no cabelo.
Um segurança careca diz que, quando tiver cabelo, quer que seja que nem o seu.
E por aí vai...

Pois bem, agora vem a inevitável pergunta:
Por que eu deixo meu cabelo ficar desse jeito?
Reposta:
Não, não é por estilo, não é para eu 'me dar bem com as garotas', não é pra balançar quando eu faço headbanging, não é pra vender depois que crescer mais (embora isso seja uma boa ideia...), e não é como protesto contra a burguesia inerte que se recusa a aceitar padrões estéticos diferentes dos convencionais.
É pelo mais nobre e belo dos motivos:
Preguiça.
Só pensar em ir no cabeleireiro me deixa cansado.
Cortar o cabelo é, provavelmente, a atividade relativamente frequente que eu mais odeio.
Já reclamei, nesse blog, de comprar roupas.
Eu odeio cortar o cabelo pelo menos umas 7 vezes mais que eu odeio comprar roupas.
Só de pensar em cortar o cabelo, eu já fico mais irritado.
Primeiro você sai do aconchego do seu lar, onde você poderia estar fazendo algo muito mais produtivo (leia: dormir), pra ir no cabeleireiro.
Cabeleireiro é um negócio tão ruim que até pra escrever é chato.
Depois, você chega lá e, 9 entre 10 vezes, você tem que esperar.
E demora.
Então, depois de ler alguma revista que você já leu pelo menos umas 5 vezes em outras idas ao cabeleireiro (ou barbeiro, como chamam lá em casa), você se levanta e vai cortar o cabelo.
Primeiro você lava o cabelo naquelas cadeiras irritantes. Sempre, invariavelmente, vai cair água no seu ouvido. Depois você levanta da cadeira, meio com torcicolo, e dá uma enxugada cachorra no cabelo.
Depois você se senta na cadeira e o indivíduo pega aquelas capas horríveis e te semi-enforca com ela.
E depois disso, é um longo tempo em que sua maior diversão é olhar pra sua cara no espelho, mecher nos restos de cabelo que caem e pensar em como você vai ficar com cara de ovo depois que sair.
E demora. e demora. e demora. e demora.
Aí, quando você pensa que tá acabando, demora mais um pouco.
Demora DEMAIS.
Então, quando ele acaba, ele vêm com aquele espelho pra te mostrar como ficou o corte na sua nuca.
Como se alguém ligasse pra como o corte na nuca tá. Eu, particularmente, tô desesperado demais pra arrancar aquela capa enforcante e sair voando pela porta pra ligar pra como meu cabelo vai parecer pra alguem que me olhar por trás.
E o pior de tudo: você PAGA por tudo isso.
Como se isso não fosse o suficiente, você fica cheio de cabelinhos irritantes presos na gola da camiseta e te pinicando e você tem que tomar um banho pra eles sairem.

Quando eu corto o cabelo, eu normalmente o faço com o intuito de deixá-lo curto. Cabelo curto é muito mais prático, seca rápido, e você pode acordar e sair por aí sem ele parecer um tornado.
Porém, o fato de ter que ir no barbeiro me faz desistir dessa ideia e cultivar essa zona de guerra capilar que eu chamo de cabelo.
ODEIO cortar o cabelo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Roupas

Pauta do mimimi aleatório de hoje: comprar roupas e como isso me irrita profundamente.

Odeio comprar roupas. OK, eu sei que sou chato e tal, mas se tem um momento da minha vida que eu devo ficar insuportavel é quando vou comprar roupa. Vamos estudar o cronograma da compra de uma simples camiseta:

Eu entro na loja. Uma música moderna, muito provavelmente da beyonce ou alguma música aleatória da balada, está tocando no alto falante. Antes mesmo de eu inspirar a primeira lufada de ar saturado de oxigênio que eles colocam pra aumentar nossa sensação de euforia e induzir a compras instintivas, uma mulher jovem, absolutamente comum, se aproxima com um sorriso e faz a fatídica pergunta:
"Posso ajudar?"
Sim, por favor. Tenho relatório pra fazer, você faz pra mim?
"Sim, gostaria de comprar uma camiseta."
E pronto. Nesse instante, você acabou de dar à vendedora permissão para que ela despeje a loja inteira em cima de você. E acredite, ela vai fazer isso.
Dez segundos depois, eu estou frente a frente com uma pilha de, pelo menos, 72 camisetas, crescendo exponencialmente. Depois que a vendedora colocou entre eu e ela um pequeno Kilimanjaro de camisetas extremamente parecidas, eu garimpo algumas e as levo para o provador.
Aqui começa a via crucis da compra de roupa: determinar, em 20 segundos de prova, se uma camiseta vai ser confortável o suficiente para você usar por um dia inteiro, por vários dias da sua vida.

Como eu sou extremamente chato, ela nunca é.

Primeiramente, tem a gola. Ela sempre é apertada demais. Quero usar uma camiseta, não quero ser enforcado, diabos!
Temos tambem o fenômeno da gola em V. Uma vez uma vendedora me ofereceu camisetas com gola em V. Eu ri na cara dela.
Depois tem a manga. Todas as camisetas vendidas atualmente tem manga curta, para que você mostre a todos seu muque trabalhado. No mundo atual, é aparentemente subentendido que qualquer ser humano é bombado. Eu, por ironia do destino, não sou. Ou seja, tenho q achar uma camiseta com manga relativamente longa. Isso é muito mais dificil do que parece.
Por fim, temos o problema da estampa. Etampas de camiseta são a coisa mais absolutamente sem criatividade do mundo. Elas são tão comuns que são praicamente uma ciência. Basicamente, elas existem em 3 variações:
-Camisetas brancas: A estampa terá desenhos de relâmpagos, carros ou surf. Muito provavelmente, os três juntos.
-Camisetas coloridas, em geral: A estampa será composta por dizeres aleatórios em inglês, contendo, obrigatoriamente, uma ou mais das seguintes palavras: "Surf, skate, fatal, relax, beach, car, thunder". Ela pode, em certos casos, possuir uma ilustração dos dizeres. Em alguns raros casos, ela é listrada com um emblema no peito. O emblema, muito provavelmente, conterá uma das palavras citadas.
-Camisetas pretas: Essas destonam da tendência 'surf / skate', provavelmente porque preto não combina com surf. Camisetas pretas, por sua vez, fazem alusão a grandes cidades ou a vida noturna, muitas vezes com as palavras "urban survival" no meio.
Como é possível ver, quem não surfa, não anda de skate, não gosta de praia nem sai a noite 5 vezes por semana fica órfão de estampa de camiseta.

E nem pense em perguntar para a vendedora se tal roupa ficou boa em você: você pode parecer um saco de pão mofado, mas ela ainda vai te elogiar loucamente.

Depois de sair do provador com algumas poucas camisetas, a vendedora começa o processo desesperado de tentar empurrar mais algumas coisas para você: uma calça, um cinto, uma camiseta com gola V, um vestido, luvas de couro de tubarão, etc... Depois de se esquivar dos inúmeros ataques dela e pagar as roupas eu saio da loja. Uma profunda sensação de alívio e uma vontade de me jogar na cama me acomete.

Odeio comprar roupas.

sábado, 15 de maio de 2010

Universidade

A universidade tem um sistema de ensino único. Devido à enorme variedade de pessoas que entram nela, de diversas idades, locais e escolas, eles têm de lidar com um grupo de alunos extremamente heterogêneo.
Como eles fazem com que esse grupo se torne um grupo homogêneo?
Simples, eles fazem um processo ,contínuo e repetitivo, de desconstrução e reconstrução da auto-estima de todas essas pobres almas, que começa antes mesmo delas se matricularem, tornando-os mais humildes, receptivos à novas ideias e prontos para receberem o conhecimento!

Vamos observar como isso acontece, examinando a trajetória de João, um estudante fictício:

João resolve prestar vestibular. Como João perdeu metade do cérebro num acidente de cozinha, ele resolve prestar um curso da área de exatas.
João gasta 100 reais na inscrição do vestibular. Devido ao fato de que o curso que ele se inscreveu (que não é, para fins de discussão, uma engenharia) não tem tantos candidatos por vaga, João se sente confiante.
João faz a primeira fase do vestibular. Sai dela com a cabeça parecendo que foi espremida num espremedor de alho. João tem a sensação que foi mal na prova. A auto estima de João cai significativamente.
O resultado da primeira fase do vestibular sai. João viu que passou para a segunda fase. João se sente muito inteligente. A auto-estima de João ricocheteia para cima.
João faz a segunda fase do vestibular. João sai das provas se sentindo burro. Acha que há chances de não ter passado. A auto-estima de João cai, novamente.
Após algum tempo, João é aprovado no vestibular. João se sente a pessoa mais inteligente, bonita, charmosa, especial e genial da face da terra. João se sente a última bolacha do pacote. A auto-estima de João sobe para o infinito e além.
João faz a matricula da universidade. João fica com tinta até no ouvido. João se sente como Edmund Hillary se sentiu ao chegar ao pico do Everest, mas sem a falta de oxigênio ou o frio.
Começam as aulas. Teoricamente. A primeira semana é calma e sossegada. João acha que vai tirar de letra.
Começam as aulas de verdade. João não entende merda nenhuma, mas não se importa muito.
Chegam os primeiros testes. João não vai muito bem neles, mas tambem não vai muito mal.
As provas se aproximam. João constata que não sabe de nada.
João constata que tudo que quase tudo que ele aprendeu no ensino médio é idiotice. Ele não se lembra das coisas que realmente interessam.
João tem sua primeira prova de cálculo. João sai dela se sentindo o ser mais ignorante da face da terra. João acredita que uma lesma desidratada se saíria melhor que ele na prova.
João recebe a nota de sua primeira prova de calculo. Constata, envergonhado, que uma lesma desidratada se sairía melhor que ele.
João recebe uma nota relativamente boa numa prova. Sua auto-estima aumenta um pouco. João já não se sente tão burro.
João tem prova de Geometria analítica. João percebe que seu cérebro se tornou um saco de pão vazio.
João começa a pensar em mudar pra um curso de humanas.
João tem prova de uma matéria que ele achava que gostava. Depois da prova, percebe que não gosta mais.
João tem outra prova de cálculo. João começa a se conformar com o fato de que ira cursar um monte de matérias novamente no outro semestre.

Ao fim desse processo, com leves variações, João se torna um zumbi intelectual, que aceita cegamente tudo que lhe dizem e percebe que tudo que ele sabe anteriormente ou é errado, ou é mentira, ou é delírio.

E assim, a universidade consegue homogeneizar seu grupo de alunos, tornando a atividade de ensina-los bem mais fácil!

(Isso tudo se aplica somente a cursos da área de exatas. Qualquer similaridade comigo é mera coincidência. Juro.)