quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Retrospectiva

Feliz ano velho, caros leitores!
Vamos comemorar o fim de mais uma volta da Terra em torno do Sol com uma retrospectiva dos fatos marcantes de 2010!
Estudemos esse glorioso ano por categorias:

Esportes:
Nesse ano que se passou, ocorreu um dos eventos mais esperados pelo povo brasileiro: A Copa do Mundo!
Nessa copa, o principal ganhador foi, com certeza, a vuvuzela, que com seu doce som conseguiu irritar bilhões de pessoas no planeta inteiro.
Quanto ao time que ganhou, posso dizer genuinamente que não lembro qual foi. Mas posso dizer que lamentei profundamente o fato de que a África do Sul perdeu.
Eu adoraria ver a cara do mundo se a África do Sul ganhasse.

Política:
Nesse ano, tivemos tambem outro evento marcante para o povo brasileiro: as eleições presidenciais. Esse, porém, é um que os brasileiros odeiam, porque com as eleições, vêm o horário político, e com o horário político vêm o atraso da novela.
Entre os acontecimentos marcantes dessas eleições, tivemos a eleição de um analfabeto, a disputa entre os dois candidatos à presidente mais feios da história, e uma profusão de escândalos aleatórios.
Dessa vez eu posso dizer que sei quem venceu. Posso dizer tambem que lamentei profundamente a derrota do Eymael.
Mas não se desespere, Eymael! Um dia o Brasil ainda abraçara a democracia cristã!

Tecnologia:
O mundo da tecnologia foi novamente abalado pelo novo messias, Steve Jobs. Dessa vez ele deixou o mundo boquiaberto com sua mais nova invenção: o iPad. O tablet da Apple vendeu mais de um puta-que-parilhão de unidades em menos de 10 milissegundos, apesar de ninguem saber direito pra que ele serve.
Questionado sobre o futuro lançamento da Apple, Steve Jobs disse que está considerando fabricar um descanso para copos com bluetooth ou um peso para papel com acesso à internet.

Desastres:
Eu obviamente poderia passar o ano de 2011 inteiro falando sobre os desastres que aconteceram em 2010, mas irei me focar em dois deles:
Primeiramente, tivemos a novela dos mineiros chilenos, que ficaram presos. Numa mina. Chilena.
No caso mais bem documentado de isolação de pessoas, o mais marcante foi o tédio do negócio. Não tivemos nenhuma morte sangrenta, nenhuma rebelião violenta e nenhuma mutação que os transformasse em homens-topeiras.
Felizmente, salvaram-se todos.
O segundo desastre foi bem mais marcante: Morreu Lombardi. Conhecido mundialmente por ser um homem que só tinha sombra, Lombardi foi durante muitos séculos a voz marcante dos programas do Sílvio Santos.
Com sua morte, restam como únicos baluartes da imortalidade no país o próprio Sílvio e a Hebe.

Entretenimento:
Novamente, dois fatos marcantes ocorreram em 2010 na esfera entretenimental.
Primeiramente tivemos a estréia do filme mais caro do mundo. Avatar, a nova criação de James Cameron, conta a tocante história de Pocahontas no espaço. O filme atraiu atenção internacional por ter custado o PIB de vários países africanos e por ter ressuscitado a maldita moda dos filmes 3D, com seus óculos irritantes que dão dor de cabeça.
Por fim, tivemos o aniversário de um ano do blog Morram Malditos. Comemorado com uma festa de incrível pompa na sede da ONU em Nova York, vários líderes mundiais se uniram para comentar o sucesso ululante desse novo marco no mundo das comunicações. "Eu leio todo dia. É foda!", comentou o presidente dos EUA, Barrack Obama. "É minha fonte particular de informações", disse Julian Assange, do Wikileaks. Sobre o príncipal autor do blog, Lula disse: "Esse é o cara!"
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Concluimos, portanto, que 2010... foi uma bosta.

Para 2011, eu lhes desejo meus sinceros votos de pedras no rim, dedos batidos na quina da mesa, torcicolos e tifo.

E aguardo ansiosamente a queda de um OVNI em algum lugar do mundo, para ter alguma coisa pra falar na retrospectiva do ano que vem.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sustentabilidade

Tenho aqui, aberta à minha frente, a edição especial da Veja, sobre a palavra da moda: "sustentabilidade".

A palavra "sustentabilidade", definida por sua criadora, Gro Harlem Brundtland, significa "encontrar uma forma de desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem comprometer as capacidades das próximas gerações de suprir suas próprias necessidades."

A palavra "sustentabilidade", definida por mim, significa "uma puta hipocrisia".

Quando eu ouço alguma menção à palavras como "sustentabilidade", produtos "orgânicos" ou qualquer coisa "verde", minha reação é a oposta do que se deveria esperar.
Ao invés de ouvir atentamente sobre o que eu posso fazer para ajudar o planeta, eu imediatamente bloqueio mentalmente o assunto, cobrindo-o com um grande cobertor com a palavra 'hipocrisia' bordada nele.
Porque é assim que eu vejo qualquer atitude auto-intitulada verde ou sustentável: apenas uma tentativa do indivíduo de aplacar sua consciência, achando que está ajudando o meio ambiente.

A edição da Veja dedicada à sustentabilidade possui uma seção dedicada a avaliar a eficácia das principais atitudes sugeridas pelas campanhas ambientalistas. Entre elas, existem sugestões como "deixar de imprimir documentos", "abolir a carne da dieta" ou "fazer xixi no banho".

Em nenhum momento sê vê sugestões como 'deixar de andar de carro' ou 'abolir a energia elétrica'.

Ou seja, o indivíduo que passa o dia inteiro dirigindo seu SUV que gasta dois litros de gasolina por quilômetro, come todo dia no McDonald's, gerando meia tonelada de lixo no processo, mas, ao chegar em casa, segura a vontade de mijar até a hora de tomar banho, esse indivíduo é um herói do meio ambiente.

...francamente!

As chamadas atitudes sustentáveis nunca exigem muito esforço do indivíduo. São sempre ações fáceis de serem executadas, que exigem o mínimo possível de esforço e a menor alteração possível no cotidiano da pessoa.
As campanhas ambientais se preocupam em dizer ao homem que ele deve fazer xixi no banho, mas não que ele deve parar de andar de carro. Ainda assim, todo mundo sabe que um carro é muito mais prejudicial ao meio ambiente que uma descarga. Por que as pessoas 'verdes' não param de andar de carro, então?

Porque no fundo, no fundo, elas estão pouco se fodendo com o planeta.

Apesar de todo o marketing com o meio ambiente, não houve nenhuma alteração perceptível no clima. Por isso as pessoas não tomam nenhuma atitude verdadeiramente impactante. Enquanto o nível do mar não subir ao ponto de alagar as cidades costeiras, as pessoas vão continuar mijando no banho e achando que estão salvando o planeta no processo.

A única coisa mais ridícula que as atitudes "verdes" adotadas pelas pessoas são as atitudes "verdes" adotadas por grandes companhias.

Por exemplo, a política dos créditos de carbono.
Créditos de carbono figuram numa posição proeminente na minha lista das ideias imbecis da humanidade. Pra quem não sabe, um crédito de carbono é algo que você compra pra 'neutralizar' sua poluição. É como se eu tomasse um banho por dia, e meu amigo não tomasse nenhum. Aí, ao invés de tomar um banho ele mesmo, ele começa a me pagar e eu tomo mais um banho por ele.
A ideia é completa e absolutamente imbecil, e ainda assim fez um sucesso estrondoso. A razão? Porque exige pouco esforço. Você continua fodendo o mundo, mas agora você paga pra ter alguem fodendo ele menos do outro lado, e segue sua vida feliz e despreocupado.

...francamente!

Na gloriosa Veja com a qual eu abri esse texto, há uma propaganda da Petrobras. Nela, há um texto dizendo que "a Petrobras acredita que é possível conciliar a exploração de petróleo e gás e o equilíbrio do meio ambiente".
A cara de pau do departamento de publicidade da Petrobras me impressiona.

Na mesma revista, a última página é dedicada a uma pesquisa sobre as atitudes dos brasileiros para diminuir o impacto ambiental. Uma grande foto da Gisele Bündchen, vestida de lingerie, ilustra a página. O texto informa que ela "decidiu apoiar a campanha pelo xixi no chuveiro".

...
...
...francamente!


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Duas considerações finais:

Inicialmente, gostaria que todo mundo que ficou puto com o estado de abandono desse blog no último mês pegue tifo. Ele esteve abandonado por dois motivos: o primeiro se chama "fim de semestre". O segundo, muito mais importante e nobre, se chama "preguiça".

Segundamente, gostaria de salientar que há três dias atrás, no dia 17, esse blog completou um ano de existência.
Eu poderia usar esse espaço pra agradecer à todos os leitores, com sua paciência e sua atenção.

Mas não vou.
Ao invés disso, vou desejar à todos vocês uma infecção alimentar causada pela lentilha do ano-novo.

Morram, malditos!