terça-feira, 21 de junho de 2011

Eu não gosto de baleias.

Eu já obtive um bom número de reações diferentes quando conto pras pessoas que eu não gosto de baleias.

Nenhuma delas, nunca, foi positiva. Nenhuma. Reações comuns são a incompreensão, a raiva ou a incredulidade, mas nunca passam pelo espectro da empatia ou da aceitação.

E as pessoas ficam ainda mais confusas quando eu digo que eu não gosto de baleias porque tenho medo delas.

"Mas caramba, as baleias tão lá quietinhas no canto delas! Elas não vão te fazer nada!"

Foda-se. Ainda cago de medo quando penso numa baleia jubarte pulando do meu lado, ou quando me imagino num barquinho com uma gigantesca baleia azul espirrando água ao meu lado, ou ainda quando imagino a pior de todas, o cachalote, se engalfinhando com uma lula gigante.

Não é um medo racional, eu admito. É uma fobia.

Mas aí é que fica injusto. Ter aracnofobia, por exemplo, é perfeitamente aceitável. Ter medo de altura, completamente normal. E ninguém nunca te repreenderá se você tiver triscaidecafobia, que é o medo do número 13.

Porém, medo de baleias é completamente inaceitável.

Uma baleia azul. Agora imagine você, pequeno e
indefeso, nadando do lado dessa merda.

Meu medo de baleias começou quando eu recebi um site com a representação de uma baleia azul, em tamanho real, com os malditos barulhos que elas fazem tocando no fundo. Foi algo que me assustou profundamente.

Por volta dessa época, eu também conheci o "Bloop".

O "Bloop" foi um som captado por microfones submarinos no oceano Pacífico, que lembra sons emitidos por animais. O problema é que, pra que algum animal tivesse emitido aquele som, ele deveria ser bem maior que uma baleia azul. E o problema com isso é que é algo perfeitamente provável. O mar é um lugar tão bizarro que é perfeitamente possível que um bicho gigante que coma cachalotes de aperitivo exista.

Após essa época da minha vida, eu passei a abominar completamente o mar. Essa abominação era inicialmente dedicada em sua maioria às baleias azuis, porém ela rapidamente se expandiu à basicamente qualquer coisa que viva abaixo de 3cm de água (e várias coisas que vivem acima de 3cm de água, também). Entre essas criaturas odiáveis estão águas-vivas, moréias, anêmonas, peixes-palhaço, linguados, arraias, tubarões (especialmente o tubarão-baleia), carangueijos, lagostas, esponjas e pepinos-do-mar. A única excessão à essa lista são os peixes-boi, que são basicamente os bichos preguiça do mar.

Entre todas as criaturas marinhas, porém, existem duas às quais eu dirijo especial animosidade.

Essas são os já citados cachalotes e os cefalopódes.

Um maldito cachalote.
Uma observação: Essa porra aí é um filhote.

Cachalotes são as maiores baleias dentadas existentes. Entre suas agradáveis habilidades estão: produzirem os sons mais altos do reino animal, permanecerem submersas em profundidades de mais de 3km por períodos superiores a 90 minutos e darem cabeçadas em barcos quando se sentem ameaçadas até eles afundarem.

Um animal amabilíssimo.

Entre os componentes da dieta do cachalote estão os animais que eu mais odeio na face da terra:

Uma das primeiras imagens de uma Lula Gigante viva.
Por mim, poderiam ser também as últimas.

Lulas gigantes. Dez tentáculos com ventosas serrilhadas, um bico duro com centenas de pequenos dentes, controlados por um animal com um sistema nervoso complexo guiado pelos maiores olhos do reino animal. Se alguém conseguir gostar dessa merda, por favor me explique como.

E eu vou parar esse post por aqui antes de começar a xingar as criaturas abissais. Porque se eu começar a xingar elas hoje, eu posso facilmente passar uma semana nisso.

O mar é uma bosta. Ponto.

sábado, 11 de junho de 2011

Mensagem de amor

Hoje é dia 12 de Junho, dia da Independência nas Filipinas.
Um dia tão bom quanto qualquer outro, eu decidi, para fazer uma homenagem à minha amada.
Portanto, se você veio aqui esperando um texto raivoso e reclamante, vai se decepcionar.
Porque hoje escreverei algumas palavras a ela.

Ela, que sempre me faz companhia, seja nas tardes quentes ou nas gélidas madrugadas.
Ela, que está sempre junto a mim, na alegria, na tristeza, na riqueza e na pobreza, para o bem e para o mal.
Ela, que nas raríssimas ocasiões em que se separa de mim, me deixa deprimido, entediado, entristecido e desesperado.
Ela, que apesar de possuir conhecimento incomparável, não é orgulhosa, e está sempre disposta a dividir sua sabedoria comigo.
Ela, que sempre tenta me entreter nos momentos de tédio.
Ela, que me faz rir das coisas mais improváveis e vive tentando me alegrar.
Ela, que me civilizou, me trouxe cultura e conhecimento.
Ela, que apesar de tudo não é ciumenta, e até mesmo me ajuda a manter contato com outras pessoas.
Ela, que não é rancorosa nem vingativa, e está sempre disposta a me perdoar.
Ela, minha amada, minha querida.

Ela, a Internet.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu não gosto de Faroeste Caboclo

Vou emputecer meio Brasil falando isso, mas alguma hora alguém tem que falar, né.

Eu não suporto mais o Faroeste Caboclo.

Primeiro porque venhamos e convenhamos, ela é uma música altamente superestimada.
Porra, querem até fazer um filme baseado na música.
Um filme. Baseado numa música.

Francamente, é de cair o cu da bunda.

Tratam o Faroeste Caboclo como se fosse a merda do hino do Brasil, só porque tem 7 minutos e o Renato Russo não repete a letra.
Grande merda.

7 minutos? Grande merda. Essa aqui tem 22. Só a primeira parte.


Fora que eu nunca entendi direito a letra, mas isso já pode ser incapacidade da minha parte.

MAS não é por razões artísticas que eu não gosto do Faroeste Caboclo. Afinal, tem muita coisa que eu não gosto por razões artísticas e nenhuma delas recebe a honra de ser mencionada aqui.

Eu não gosto mesmo do Faroeste Caboclo por razões mais, digamos, sociais:

Devido ao seu status como hino não-oficial do Brasil, decorar a letra do Faroeste Caboclo é aparentemente algo do qual as pessoas se orgulham. E não basta ela se orgulhar, ela ainda se sente obrigada a mostrar que ela decorou a letra. Isso leva a situações um tanto quanto desagradáveis:

Situação Hipotética:
Pessoa 1: E aí, você gosta de Legião?
Pessoa 2: Ah, eu não conheço muita coisa deles, só Faroeste Caboclo...
Pessoa 3 (que chegou na conversa agora): O que? Faroeste Caboclo?!?!? ESSA MÚSICA É FODA CARA!!!
Nesse momento, a pessoa 3 começa a cantar a desgraça da música, enquanto um coro de cidadãos desesperadas pra mostrar que também decoraram a música se juntam a ela, e você passa os próximos 5 minutos ouvindo um monte de gente desafinada balbuciar em unísono sobre como o João de Santo Cristo roubava a igreja e comia todas as menininhas da cidade.

Ao final de uma situação como essa eu, particularmente, me sinto no estado de espírito necessário para matar um filhote de Koala.

Sério, pessoas. Precisa cantar? Tem maneiras muito mais agradáveis de mostrar que você é fã. Tipo, sei lá, vestir uma camiseta com a cara aidética do Renato Russo estampada.

Agora, cantar uma música por aí não é uma maneira agradável de mostrar que você gosta dela. Pelo contrário, é uma maneira de estragar a música, afinal de contas a voz humana cantando desafinada é quase tão desagradável quanto um solo de gaita de foles. É uma prática odiável, irritante, que só me trouxe más experiências até hoje.

E não é só com Faroeste Caboclo que isso acontece, infelizmente. Faroeste Caboclo é só um caso especialmente irritante desse fenômeno, mas muitas outras músicas são acometidas por ele.
Tipo a discografia inteira da banda Pedra Letícia.
Banda essa que, aliás, é atualmente a segunda banda que eu mais odeio, exatamente por causa disso. (Sempre que eu ouço alguém cantando Teorema de Carlão eu tenho uma vontade quase incontrolável de pular numa piscina de chumbo derretido usando uma sunga branca.)





E pra quem ainda tá em dúvida, a primeira banda que eu mais odeio é, obviamente, a banda mais bonita da cidade.