terça-feira, 19 de julho de 2011

Porque eu não quero ter filhos

Boa noite.

Quem me conhece sabe que eu não quero ter filhos.
E isso, colegas, é por uma única razão:
Seria muito filho da puta da minha parte botar uma criança no saco que esse mundo tá virando.

Pra explicar isso, vamos fazer uma comparação do mundo civilizado na época dos meus pais, na minha época, na época atual, e então extrapolaremos isso pra possível época do meu filho:

Na época dos meus pais, pelo que eu sei após ouvir as histórias deles, as crianças tinham uma juventude relativamente simples. Elas comiam o que quer que aparecesse pela frente devido a mais pura falta de opção, e ficavam alucinados quando achavam um pedaço de pau na rua porque isso significava que eles poderiam jogar o citado pedaço de pau em alguém e, com sorte, mandá-lo pro hospital.

Uma geração depois, meus pais fizeram a cagada de me botar no mundo. Na minha infância, a sociedade estava se sofisticando, porém ainda tinhamos uma juventude despreocupada. Não nos preocupavamos, por exemplo, em saber quantas calorias tinham as coisas que comiamos. Muito pelo contrário, a gente comia coisas altamente porcas, criadas especialmente pra ferrar nosso corpo. Coisas como chocolate guarda-chuva, bolacha recheada, moedas de chocolate, etc. Ninguem olhava um rótulo de comida naquela época pra saber se o negócio tinha muita gordura trans ou se era feito de trigo transgênico, e se fosse, ninguém ligava. Podia ter porra de elefante na nossa comida que todo mundo ia comer feliz e contente.

O Ministério da Saúde adverte:
Chocolate guarda-chuva causa buracos no seu pâncreas.

Outra coisa despreocupada era o entretenimento. As crianças ainda gostavam de jogar pedaços de pau na cabeça dos outros - porém, uma criança ficava completamente ensandecida quando via algum jogo de video-game, especialmente os mais violentos, do tipo Street Fighter, Doom ou GTA. Ninguém ligava pro fato de você ficar trancado no seu quarto atirando nos outros.

Arrancar a cabeça dos outros:
Entretenimento de qualidade!

Aí, vinte anos depois, chegamos à situação deplorável em que vivemos hoje.

Vou ilustrar essa situação deplorável com um vídeo: o mais novo comercial do Pão de Açucar:

(Notem, por favor, que eu sou completamente incapaz de colocar um vídeo no meio do post. Vai aí o link pra quem quiser assistir ele decentemente:


...

Só tenho uma coisa a dizer:
Que família INSUPORTÁVEL.

Essa propaganda exemplifica perfeitamente o meu argumento, senhoras e senhores:
O mundo tá ficando um saco.

Porra. Quando eu era criança, a gente gostava de comer toda aquela porcariada sobre a qual eu já falei. Hoje em dia, por outro lado, as crianças ficam preocupadas em ter lanchinhos saudáveis, preparados com ingredientes orgânicos.

Quando eu era criança, nossa diversão era matar os outros no video-game. A diversão das crianças de hoje, por sua vez, é separar o lixo. Economizar água. Salvar o mundo.

Porra!

O mundo tá virando um lugar insuportável, companheiros, e só tende a piorar. E é por isso que eu não quero ter filhos. Imagina só o saco completo que vai ser a época que ele nascer.

Pior ainda, imagina se ele nascer e virar uma criança insuportável que nem a do video acima?
Imagina se ele falar pra eu mijar durante o banho pra economizar a água da descarga?
Eu não aguentaria, meus amigos. Seria o maior fracasso da minha vida: um filho ecologicamente correto.

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Notem, por favor, que eu disse que não quero ter filhos. Nunca exclui a possibilidade de ter filhos, vejam bem. Eu só queria esclarecer que, no caso de eu de fato ter um filho, cuidarei dele com carinho, amor e dedicação.

E, em minha homenagem, nomearei ele de "Fábio", assim como o pai. Ele se chamará, então, Fabio Jr.

Só pela piada.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Um Ode à Comida

Eu não aguento mais o arroz
Já não gosto também do feijão
O bife já não me seduz;
Toda aquela mastigação!
Eu não quero mais comer pizza
Muito menos comer macarrão
Não quero nem frango, nem peixe
Comer: que chateação!

Não gosto de nenhuma comida
Nada mais me faz salivar
Quando olho para um prato, só penso:
"Que saco, preciso almoçar!"
Não gosto de ir em restaurante
Nem se for pra comer caviar!
Há coisas mais legais pra se fazer
Por exemplo, dormir ou repousar!

Sempre que me sento em uma mesa
Logo vem o mesmo assunto:
"Carne assada, linguiça e bolacha;
Frango frito, polenta e presunto!"
Enquanto isso eu fico calado
Como se eu não fosse nativo desse mundo:
As pessoas dividindo suas receitas
E eu ali, num tédio profundo.

Ainda mais chato que comer
É o ato da digestão:
Meu estômago tenta trabalhar
E o enjôo me atinge, então
O sono ataca o meu corpo,
Me dá vontade de deitar no chão
Me sinto cheio e estufado
Comer me dá depressão!

Então não me ofereça uma salada
Não a quero nem com molho!
Por favor, pegue esse chuchu
e enfie no meio do seu olho!
Não quero mais saber de comida
Nem frita, assada ou cozida
O que eu quero é fazer fotossíntese;
Viver do sol, isso é que é vida!