quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Propaganda

Existem três coisas no mundo que são completamente incompreensíveis para mim:
A mente das mulheres, a mente dos japoneses, e a mente dos publicitários.

Publicitários são, em geral, donos das ideias mais esdrúxulas conhecidas pelo homem.

Não que eu queira dizer que os publicitários são donos das únicas ideias idiotas do mundo. Especialmente no mundo das artes e do entretenimento, se observam muitas ideias idiotas. Existem muitos filmes idiotas, muitas obras de arte idiotas, muitos programas de televisão idiotas.

Mas o fato é que a proporção de coisas idiotas no mundo da propaganda é MUITO maior que no resto dos lugares.

E como se não bastasse as ideias serem idiotas, elas ainda tendem a ser horrívelmente parecidas.
Parece que o mesmo publicitário com um tijolo no lugar do cérebro faz as mesmas propagandas para marcas diferentes.

Os piores tipos são propagandas de produtos sanitários ou de higiene bucal.
Pra quem nunca viu uma dessas (se é que isso é possível), elas consistem numa pessoa que vê o aconchego e a privacidade do seu lar ser invadido por uma equipe de televisão que a filma conforme uma moça de jaleco com os dentes perfeitamente brancos lhe oferece seu produto, que pode ser um higienizador de vasos sanitários, uma pasta de dentes ou um enxaguante bucal.
E, para minha surpresa, a pessoa, que as vezes é pega até trocando de roupa nesse momento, aceita alegremente a sugestão da moça e dá um sorriso brilhante.

Quando eu vejo uma propaganda dessas, eu não consigo decidir se eu fico mais inconformado com o publicitário que a fez, ou com o chefe dele, que aceitou uma propaganda dessas.

Mas nenhuma delas ganha das propagandas de escovas de dente.
Quem me conhece pessoalmente sabe que eu sou um ardente inimigo de longa data das propagandas de escova de dentes.
As propagandas de escova de dentes se dividem em dois tipos. No primeiro, a escova de dentes é oferecida por um narrador invisível de voz grave e séria, que elogia as propriedades da escova como se estivesse falando da descoberta da fusão atômica. Enquanto isso, uma série de cientistas com jalecos impecavelmente brancos é vista na tela, usando programas de alta tecnologia para criar modelos gigantes de sua escova em telas de plasma enormes, num laboratório que deve deixar a Nasa de queixo caído.
Tudo isso pra que? Pra falar sobre a nova escova de dentes com cerdas anatômicas.
Mas o que realmente me emputece é o segundo tipo.
As escovas de dente falantes.
Me recuso a descrever uma propaganda com escova de dentes falantes. Uma propaganda com escova de dentes falantes é o tipo de coisa que acorda o pequeno assassino psicopata adormecido dentro de mim.
Eu ODEIO propagandas de escova de dentes.

O que me leva a pergunta final:
Como os publicitários tem tais ideias imbecis?

Eu digo, não é como se qualquer zé-ninguem pudesse entrar numa agência de publicidade e falar: "olha, que tal se a gente fizer uma propaganda de escova de dentes e ela, sei lá, falasse?!?" Não, você precisa estudar pra poder falar isso. Você precisa de um diploma pra ter uma ideia imbecil.

Você estuda por quatro anos pra sair de lá e imaginar maneiras inovadoras de fazer uma equipe de televisão entrar no banheiro de alguem e oferecer Listerine pra ela.

...o que diabos alguem aprende durante esses quatro anos?
Como suprimir qualquer pensamento que contenha doses perceptíveis de bom senso?
Como perder completamente a noção do ridículo?

Aguardo respostas.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Big Brother Brasil

Começa mais um ano, e com ele, mais uma edição do incrível, fantástico, atômico e genial "reality show" da Rede Globo de televisão: o Big Brother Brasil!

O Big Brother Brasil, pra quem nunca viu ou ouviu falar (o que eu acho impossível ou, se possível, invejável) é um programa de televisão no qual se coloca, dentro de uma casa, 14 pessoas "comuns", engajadas em "atividades do cotidiano".

Com "comuns" eu obviamente quero dizer "aspirantes a modelos frustrados, homens com um óbvio histórico de abuso de bomba, celebridades de internet e gays ou transsexuais", e com "atividades do cotidiano", eu obviamente quero dizer "ficar o dia inteiro na piscina, na academia ou olhando pro teto, brigando por coisas imbecis, com eventuais pausas para festas ou, de vez em quando, uma prova idiota."

Reality show, como eu bem ia dizendo.

O fato claro e simples é que o programa, que atualmente encontra-se em sua DÉCIMA PRIMEIRA maldita edição, apresenta sinais de esgotamento, apesar de ser amplamente aceito entre a audiência brasileira. Portanto, verificando-se como seria extremamente difícil que o programa acabasse de vez, não irei aqui argumentar o porque o mundo seria um lugar bem menos desprezível com o fim do reality show. Ao invés disso, irei, aqui e agora, revelar algumas de minhas singelas ideias para tornar o Big Brother um programa menos enfadonho, impedindo, assim, que ele se torne a Malhação dos "reality shows":

1. Trocar o apresentador.

Pedro Bial, o apresentador do Big Brother em todas suas ONZE malditas edições, tem um conhecido e respeitado currículo acadêmico. Formado na primeira turma do curso à distância de "filosofia barata" da Unip, Pedro Bial foi contratado pela Globo por volta da época da conclusão de sua pós-graduação com ênfase no tema "metáforas ridículas". Após vários trabalhos na Globo, Bial finalmente encontrou seu ninho como apresentador do Big Brother, onde a falta de intelectualidade dos participantes permite que ele dê vazão à todo seu talento e faça seus discursos de qualidade intelectual duvidosa com toda liberdade. Durante as primeiras edições do programa, tais características poderiam ter sido um diferencial (ou não), porém, após ONZE malditas edições, a presença de Bial a frente do reality show começa a se tornar um verdadeiro estorvo. Portanto, eu advogo pela troca imediata do apresentador por uma personalidade diferente, que traga ao programa novos ares. No topo de minha lista de sugestões de novos apresentadores, figura a Palmirinha, que deixaria o programa tudo de bom ao pedir que suas amiguinhas dessem uma espiadinha entre os merchans.

2. Trocar os participantes.

Em todas suas ONZE malditas edições, o BBB sempre teve uma seleção de participantes extremamente heterogêneo, que se baseia no "rinoceronte de sunga" e na "gostosa com um vácuo no cérebro". Apesar da recente inclusão de pessoas mais diferentes na casa, como um meio de revitalizar o programa, o grupo mais representado ainda são os mencionados acima. Eu advogo, portanto, à favor da inclusão de tipos menos conhecidos da sociedade, como velhos rabugentos, hippies sujos, e aqueles caras permanentemente bêbados que passam 70% de suas vidas num bar.
Numa medida ainda mais ousada, os novos participantes poderiam ser não de outros grupos sociais, mas de outras espécies! Eu ficaria particularmente extasiado com um "Big Iguana Brasil" ou um "Big Peixinho Dourado Brasil".

3. Trocar a localização.

O BBB é realizado, desde sua primeira edição até sua atual DÉCIMA PRIMEIRA maldita edição, numa casa. Tá bom que é uma senhora casa, mas ainda assim, a localização completamente comum do programa retira muitas oportunidades de entretenimento. Ao invés de uma casa, as próximas versões do BBB poderiam ser feitas em locais mais diferenciados, como a cracolândia, uma pequena balsa no rio Tietê na altura de São Paulo, um pântano, ou, para nos mantermos em possibilidades mais palpáveis, uma simples casa na árvore.

4. Trocar as provas.

As provas executadas no BBB dão aos participantes vencedores certas vantagens, como a liderança, comida, ou um carro. Porém, tais provas são características por serem... imbecis. Na minha singela opinião, o programa seria bem mais interessante se as provas fossem mais... interessantes... Em outras palavras, se envolvessem, digamos, poços cheios de cobras venenosas, como no Pitfall, ou bombas que necessitassem ser desarmadas por leigos. Seria muito mais divertido!

5. Trocar o prêmio.

Todas as ONZE malditas edições do BBB deram ao primeiro colocado somas substanciais de dinheiro como prêmio. O programa seria muito mais interessante se as pessoas que saíssem PRIMEIRO da casa ganhassem muito dinheiro, e as ultimas a sair ganhassem prêmios menos consideráveis, como, sei lá, um pacote de espetinhos de frango ou um saco de copos descartáveis. Ao invés de pessoas hipócritas tentando agradar o Brasil inteiro para permanecer na casa e ganhar quilos de dinheiro, teriamos pessoas tentando desesperadamente SAIR da casa para não ganharem coisas ridículas.

Essas são algumas de minhas sugestões para acabar com o marasmo que se tornou o Big Brother Brasil. Agora vamos aos intervalos comerciais, mas antes disso, fiquem com uma espiadinha!!!