Nenhuma delas, nunca, foi positiva. Nenhuma. Reações comuns são a incompreensão, a raiva ou a incredulidade, mas nunca passam pelo espectro da empatia ou da aceitação.
E as pessoas ficam ainda mais confusas quando eu digo que eu não gosto de baleias porque tenho medo delas.
"Mas caramba, as baleias tão lá quietinhas no canto delas! Elas não vão te fazer nada!"
Foda-se. Ainda cago de medo quando penso numa baleia jubarte pulando do meu lado, ou quando me imagino num barquinho com uma gigantesca baleia azul espirrando água ao meu lado, ou ainda quando imagino a pior de todas, o cachalote, se engalfinhando com uma lula gigante.
Não é um medo racional, eu admito. É uma fobia.
Mas aí é que fica injusto. Ter aracnofobia, por exemplo, é perfeitamente aceitável. Ter medo de altura, completamente normal. E ninguém nunca te repreenderá se você tiver triscaidecafobia, que é o medo do número 13.
Porém, medo de baleias é completamente inaceitável.
indefeso, nadando do lado dessa merda.
Meu medo de baleias começou quando eu recebi um site com a representação de uma baleia azul, em tamanho real, com os malditos barulhos que elas fazem tocando no fundo. Foi algo que me assustou profundamente.
Por volta dessa época, eu também conheci o "Bloop".
O "Bloop" foi um som captado por microfones submarinos no oceano Pacífico, que lembra sons emitidos por animais. O problema é que, pra que algum animal tivesse emitido aquele som, ele deveria ser bem maior que uma baleia azul. E o problema com isso é que é algo perfeitamente provável. O mar é um lugar tão bizarro que é perfeitamente possível que um bicho gigante que coma cachalotes de aperitivo exista.
Após essa época da minha vida, eu passei a abominar completamente o mar. Essa abominação era inicialmente dedicada em sua maioria às baleias azuis, porém ela rapidamente se expandiu à basicamente qualquer coisa que viva abaixo de 3cm de água (e várias coisas que vivem acima de 3cm de água, também). Entre essas criaturas odiáveis estão águas-vivas, moréias, anêmonas, peixes-palhaço, linguados, arraias, tubarões (especialmente o tubarão-baleia), carangueijos, lagostas, esponjas e pepinos-do-mar. A única excessão à essa lista são os peixes-boi, que são basicamente os bichos preguiça do mar.
Entre todas as criaturas marinhas, porém, existem duas às quais eu dirijo especial animosidade.
Essas são os já citados cachalotes e os cefalopódes.
Um maldito cachalote.
Uma observação: Essa porra aí é um filhote.
Cachalotes são as maiores baleias dentadas existentes. Entre suas agradáveis habilidades estão: produzirem os sons mais altos do reino animal, permanecerem submersas em profundidades de mais de 3km por períodos superiores a 90 minutos e darem cabeçadas em barcos quando se sentem ameaçadas até eles afundarem.
Um animal amabilíssimo.
Entre os componentes da dieta do cachalote estão os animais que eu mais odeio na face da terra:
Uma das primeiras imagens de uma Lula Gigante viva.
Por mim, poderiam ser também as últimas.
Lulas gigantes. Dez tentáculos com ventosas serrilhadas, um bico duro com centenas de pequenos dentes, controlados por um animal com um sistema nervoso complexo guiado pelos maiores olhos do reino animal. Se alguém conseguir gostar dessa merda, por favor me explique como.
E eu vou parar esse post por aqui antes de começar a xingar as criaturas abissais. Porque se eu começar a xingar elas hoje, eu posso facilmente passar uma semana nisso.
O mar é uma bosta. Ponto.