sábado, 10 de abril de 2010

Clichês

Sabe, o grande problema criativo da humanidade é superar os clichês que ela faz.
A humanidade segue uma tendência artística bem definida: ela cria um estilo que é aceito, e então produz obras nesse estilo até saturá-lo (muitas vezes, saturá-lo com obras de má qualidade). O estilo se torna clichê, outro estilo se torna o preferido do ser humano, e o ciclo se repete.

O problema é que, na época do, digamos, trovadorismo, devia ser fácil escapar dos clichês, porque tinha pouca coisa que era clichê devido a falta de produção artística criada.

Atualmente, porem, não é mais assim. Criar algo reconhecido como original e diferente se torna uma tarefa cada vez mais difícil. Absolutamente tudo que você faz tem o risco de ser chamado de clichê. Romantismo é clichê. Ser chato é clichê. Vampiros são clichê. Gnomos são clichê. Diabos, daqui a pouco tempo, o nonsense será clichê também! Quando a própria falta de sentido se tornar lugar-comum, como conseguiremos progredir artisticamente?!?!

Como vocês veem, estamos caminhando rapidamente para uma estagnação cultural, onde tudo que for produzido sofrerá com o rótulo de já ter sido produzido. Eu, particularmente, culpo a internet por isso. A internet permitiu que uma quantidade exagerada de pessoas pudesse mostrar para o resto do mundo uma quantidade exagerada de obras artísticas produzidas por elas mesmas. Assim, a quantidade de clichês, que antes caminhava conforme um grupo relativamente pequeno de artistas produzia suas obras, agora cresce exponencialmente, alimentado pela produção de milhares de seres humanos. Pior ainda, o relativo anonimato criado pela internet permite que qualquer idiota finja ser um especialista no assunto, que pode classificar qualquer obra como clichê. De modo simples, a internet está acabando com a cultura mundial.

Infelizmente, não vejo nenhuma solução para isso. Aproveitem enquanto é tempo, amigos, pois o mundo acabará em clichês.

Enquanto ele não acaba, porem, eu vou continuar aqui fazendo os meus, para azar de vocês.

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